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Will Eisner discursa na biblioteca do Congresso americano

8 abril 2003

Will EisnerEm Washington, a capital dos Estados Unidos, praticamente só se discute um assunto: a guerra contra o Iraque. Mas uma exceção aconteceu no último dia primeiro de abril (e não foi uma brincadeira), quando o criador Will Eisner - um dos maiores defensores dos quadrinhos como forma de arte - discursou na biblioteca do Congresso Americano, não como um político, mas sim como um embaixador da Nona Arte.

"Os quadrinhos, ou as graphic novels, chegaram ao ponto onde foram reconhecidos como uma mídia válida e legítima. O maravilhoso sobre isso é que vai gerar bons materiais, porque será atrativo para as pessoas entrar no mercado para produzir materiais sérios", começou dizendo.

"O reconhecimento e aceitação da forma literária dos quadrinhos - que todos chamam de graphic novels - está em no início, porque a partir daqui vocês verão pessoas como eu, Art Spiegelman, Chris Ware ou outras que têm tendências literárias, começarem a escrever nesta mídia e aprender a dominá-la".

Essa foi a segunda vez que Eisner discursou na biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.

Contrato com DeusEle estava muito feliz por ter sido convidado para promover e defender a inclusão de quadrinhos em bibliotecas. "Se isso não acontecer, o meio continuará um deserto, porque não haverá ninguém fixando padrões. Acredito que bibliotecas possuem este papel, porque suas seleções de livros mostram o que é bom. Nós, que estamos trabalhando nesse meio, estamos numa constante busca por aceitação. Pode ser uma surpresa para muitos, mas esse reconhecimento é melhor do que o financeiro. Gostamos de ter dinheiro, porque achamos que é um sinal de aprovação, mas o que realmente queremos é a aprovação", analisou.

Eisner fez ainda uma apresentação em slide de seus trabalhos, enquanto contava como sempre procurou atingir o público adulto em suas obras.

Quando perguntado se teria algum conselho para aqueles que procuram entrar nesse mercado, o criador respondeu. "Você precisa decidir muito cedo se está disposto a arriscar enfrentar rejeições. Eu tinha um problema em lidar com rejeição quando comecei, porque sempre que ia até ao escritório de um editor, o diretor de arte olhava meus desenhos e dizia para eu não levar pro nível pessoal, mas aqueles eram os desenhos mais estúpidos que já tinham visto", revelou.

"É um grande mercado para se trabalhar, mas é preciso se dedicar, como em tudo mais. Ninguém pode dar uma fórmula mágica, depende de como você encara todo o caminho", concluiu.

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