BATMAN - TERROR SAGRADO
Autores: Alan Brennert (texto), Norm Breyfogle (arte) e Lovern Kindzierski (cores) - Publicado originalmente em Batman - Holy terror.
Preço: Variável (edição disponível em sebos)
Número de páginas: 40
Data de lançamento: Outubro de 1992
Sinopse: Em uma realidade alternativa, Oliver Cromwell, usurpador do trono britânico no século 17, recuperou-se da malária. O resultado não foi apenas a extensão da ditadura cristã instaurada por ele até os dias de hoje, mas também uma extensão dela para a América - e para Gotham Towne.
Foi lá que, há 20 anos, o jovem aristocrata Bruce Wayne viu seus pais serem assassinados.
Agora, Bruce ficou sabendo que as mortes foram uma conspiração governamental. E, para se vingar, vai se vestir de morcego.
Positivo/Negativo: Na DC Comics, a década passada foi infestada por histórias situadas em mundos alternativos. Os super-heróis da editora eram adaptados às novas realidades, às vezes até de um jeito forçado.
Resultado: pilhas e pilhas de porcarias.
De vez em quando, contudo, aparecia uma exceção. Terror sagrado está entre elas.
O especial, lançado pela Abril em 1992 a partir de um álbum luxuoso norte-americano, é uma curtição até hoje.
A história parte de um pedaço importante da História britânica: o fim da monarquia absolutista por conta do golpe de Oliver Cromwell, que governou a Grã-Bretanha por cinco anos e com muito rigor.
O roteiro de Alan Brennert, há anos afastado das HQs, é profundamente rico e imaginativo e coeso ao criar sua realidade alternativa.
Seu universo ficcional é radical, marcado por um cristianismo fanático e por uma ditadura severa. O regime é tão onipresente que nem mesmo o herói consegue escapar de alguns de seus preceitos.
Também chama atenção a forma como Brennert articula a participação de outros heróis.
Ao seu lado, está a arte estupenda de Norm Breyfogle. Famoso por histórias de Batman, o artista faz aqui um de seus melhores trabalhos, misturando seu traço ágil com texturas de pincel e retículas.
Juntos, Brennert e Breyfogle construíram mais do que uma história: criaram um mundo alternativo espetacular - e que, ainda bem, permanece imaculado pelas barbeiragens recentes dos editores da DC.
Terror sagrado envelheceu muito bem. Infelizmente, a DC Comics nunca chegou a reeditar o álbum - o que complica a publicação de uma nova versão brasileira nestas comemorações do septuagenário.
Uma nova edição, aliás, poderia recuperar outro convidado da HQ: Jorge Amado, que na trama virou ditador brasileiro deposto por um general norte-americano. A tradução, porém, substitui o escritor baiano por um genérico "Jorge Vargas".
Classificação: