Confins do Universo 203 - Literatura e(m) Quadrinhos
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FRANKENSTEIN

1 dezembro 2010

FRANKENSTEIN

Editora: Arx

Autores: Mary Shelley (história original), Sérgio A. Sierra (adaptação e roteiro) e Meritxell Ribas (arte).

Preço: R$ 39,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Abril de 2010

 

Sinopse

O doutor Frankenstein realiza sucessivas descobertas científicas até conseguir dar vida a um ser criado a partir de pedaços de cadáveres.

Mas quando a criatura acorda, Frankenstein percebe seu erro e passa o resto da vida fugindo do monstro.

Positivo/Negativo

Com tantas adaptações de clássicos da literatura para os quadrinhos é difícil decidir qual adquirir. Algumas se destacam graças a um traço bonito. Outras ganham a simpatia dos leitores por adaptarem bem as histórias originais, mantendo o ritmo em outro formato.

A recriação de Frankenstein pela dupla Sergio Sierra e Meritxell Ribas chama a atenção nos dois aspectos: tanto pelos bonitos desenhos quanto pelo roteiro bem construído, que faz jus ao livro de Mary Shelley.

O romance original era contado em primeira pessoa pelo doutor Victor Frankenstein. Ele narra suas descobertas científicas que culminam na criação de um ser artificial a partir de pedaços de cadáveres.

Nesta HQ, Sierra mantém o tom em primeira pessoa. Victor narra suas desventuras, sua busca pelo monstro e as atrocidades cometidas por ele diretamente ao leitor, num ritmo bastante agradável.

Em alguns momentos, Frankenstein se lança em monólogos que ocupam grandes recordatórios, mas essa narração é necessária para transmitir vários detalhes importantes e não deixa a história mais lenta.

Os traços de Ribas são um show à parte. Os personagens e cenários são criados com tanto detalhismo a partir de pequenos "tracinhos" que parecem entalhados em pedaços de madeira.

Além disso, a diagramação das páginas, alternando grandes desenhos de página inteira com quadrinhos menores, dita bem o ritmo da leitura.

Para completar, a arte toda em preto e brando e as páginas com fundo preto contribuem para dar criar um clima ainda mais sombrio à trama.

O acabamento gráfico está caprichado: capa dura, papel de luxo e preço justo. Mas, por ser um material com enorme potencial para ser adquirido por planos governamentais de incentivo à leitura, a revisão deveria ser mais cuidadosa. Há desde errinhos bobos de vírgula a um horroroso "impussionaram" (no lugar de impulsionaram).

Ainda assim, este Frankenstein é uma boa pedida.

Classificação:

4,0

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