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O INVENCÍVEL HOMEM DE FERRO - A GUERRA DAS ARMADURAS

1 dezembro 2010

O INVENCÍVEL HOMEM DE FERRO - A GUERRA DAS ARMADURAS

Editora: Panini Comics - Revista mensal

Autores: David Michelinie, Bob Layton e Barry Windsor-Smith (roteiros), Mark D. Bright e Barry Windsor-Smith (desenhos) e Bob Layton (arte-final).

Preço: R$ 25,90

Número de páginas: 208

Data de lançamento: Maio de 2010

 

Sinopse

Tony Stark descobre que a tecnologia utilizada na armadura do Homem de Ferro foi roubada, e que muita gente a está utilizando-a para fins pouco honrosos.

Por isso, ele inicia uma verdadeira cruzada para corrigir o que considera um erro seu e evitar que mais pessoas sejam prejudicadas.

Positivo/Negativo

A Panini está de parabéns por ter lançado este encadernado, que compila uma das melhores aventuras do Homem de Ferro. Com um ótimo acabamento e uma tradução competente, finalmente esta história chega ao leitor brasileiro com o merecido cuidado.

A dupla Michelinie e Layton, que havia tido uma passagem brilhante pela revista do personagem no fim dos anos 70 e início dos 80, retornou em 1987, substituindo o bom roteirista Denny O'Neill, que, apesar do reconhecido talento, teve uma fase pouco inspirada à frente do vingador dourado.

Talvez por isso, o time criativo anterior tenha sido chamado, a fim de recuperar o prestígio do Homem de Ferro e voltar a fazer dele um êxito de público e crítica.

A saga deste álbum revela o ápice criativo da dupla em seu retorno, num roteiro inteligente e que explora muito bem os dilemas do protagonista. É interessante ver o Homem de Ferro enganando velhos amigos (Nick Fury), tentando suborná-los (Capitão América) ou mesmo se afastando deles (os Vingadores), em prol de uma causa que considera nobre.

Mas será que os fins justificam os meios? Será que toda a violência desencadeada por Stark para tentar recuperar sua tecnologia, somada às mortes que ele mesmo pode vir a causar, valerão a pena?

Os roteiristas colocam o herói contra a parede, deixando-o numa situação dificílima, na qual tem de lutar praticamente sozinho contra tudo e todos. Nunca Stark fora tão pressionado e chegou tão perto de seus limites emocionais.

Dentre as inúmeras sequências inesquecíveis, vale destacar o desentendimento com o Capitão América, a batalha contra o perigosíssimo Poder de Fogo e o belo epílogo da história.

Infelizmente, a equipe de ilustradores não faz jus à qualidade do roteiro. Mark D. Bright tem um bom traço, mas seu estilo é bastante genérico e carece de identidade própria.

E, na história que fecha o álbum, é o consagrado Barry Windsor-Smith quem proporciona as maiores decepções. O ilustrador comete uma série de deslizes, como a dificuldade de manter um padrão facial para Tony Stark (no sexto painel da página 198, o personagem parece um clone do Doutor Estranho, enquanto na 200 e na 207 seu rosto está tão mal desenhado que, se não fosse a armadura, ficaria irreconhecível).

Nas duas últimas páginas, Smith ainda apresenta erros sequenciais grotescos. Num painel, Stark aparece com a pele seca; no seguinte, é visto encharcado de suor; e no próximo está novamente sem suor algum.

Enfim, o álbum traz um roteiro de alto nível, com lições fantásticas de perseverança e coragem, mas que certamente merecia uma equipe artística mais inspirada.

Classificação:

4,0

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