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VAPT VUPT

1 dezembro 2005


Título: VAPT VUPT (Clemente & Gramani) - Livro teórico
Autores: Álvaro de Moya

Preço: R$ 39,00

Número de páginas: 176

Data de lançamento: 2003

Sinopse: Coletânea de matérias sobre autores, personagens e acontecimentos sobre as histórias em quadrinhos, publicadas na década de 1990, na Revista Abigraf.

Positivo/Negativo: Até o fim do ano de 2003, o livro sobre quadrinhos mais bem produzido no Brasil era o Literatura da Imagem, de 1979, um pequeno volume da Coleção Grandes Temas, da Editora Salvat, traduzida do espanhol. Papel cuché, ótima impressão em cores vivas e capa dura plastificada eram alguns dos requintes daquela edição caprichada, com bom conteúdo, mas não isenta de falhas, e que há muitos anos está esgotada.

Só recentemente foram editados livros teóricos sobre o assunto que se destacam por sua qualidade gráfica. Vapt Vupt, de Álvaro de Moya, é um deles. Ele é composto de vários capítulos muito interessantes sobre alguns dos mais importantes personagens, autores, publicações e eventos das HQs.

Trata-se de uma coletânea de artigos já publicados na primeira metade da década de 1990, a maioria deles, na Revista Abigraf, órgão oficial da Associação Brasileira da Indústria Gráfica. A publicação é impressa em sistema de rodízio e cada número é rodado em uma gráfica diferente, escolhida entre as melhores do ramo.

Por funcionar como uma espécie de portfólio das empresas do setor, a revista tem uma produção extremamente bem cuidada, desde o papel utilizado à qualidade da impressão e acabamento, passando, naturalmente, por um excelente projeto gráfico, que valoriza a apresentação final.

De fato, a diagramação, a seleção das imagens e as cores tornam as páginas belíssimas, e o próprio autor cita no prefácio que nunca vira os quadrinhos reproduzidos com tanta qualidade.

Na conversão para o formato de livro, as matérias, também ricas em informações, foram mantidas exatamente como publicadas na revista.

Se no aspecto gráfico-visual, essa solução foi estupenda, no que se refere ao texto apresenta algumas falhas. Embora o índice cite a data da publicação original de cada artigo, o que de certa forma serve para orientar o leitor quanto à época e justifica a incongruência de certos tempos verbais, há passagens que poderiam ter sido corrigidas, como a da primeira matéria sobre Will Eisner, na qual é informado que ainda em 1992, a Martins Fontes editaria todas as histórias do Spirit. Para lamento dos fãs, isso não ocorreu nem naquele nem nos anos seguintes.

Na página 87, o texto, publicado originalmente em julho de 1994, anuncia o fim de Asterix, personagem que, desde aquela data, gerou dois filmes para o cinema e novos álbuns, inclusive, um recém-lançado na praça.

Outra falha é a menção de artigos de edições anteriores da Abigraf ou referências a páginas da mesma edição da revista. Na página 35, por exemplo, há um "veja matéria à página 80", não reproduzida no livro.

A falha mais grave, no entanto, está na página 118, em que o texto termina no meio de uma palavra ("crono_") e não continua na seguinte. Como a numeração se mantém na seqüência correta, nota-se que houve uma falha de edição e não de impressão ou encadernação. A matéria original na revista tinha mais uma página e meia.

Certamente, a intenção foi economizar nos fotolitos, na gravação de chapas ou na geração de novos arquivos eletrônicos para impressão para que a publicação se tornasse viável. É uma pena, pois não fossem esses detalhes o livro seria perfeito.

Apesar de tais falhas, Vapt Vupt continua sendo uma das mais belas publicações sobre os quadrinhos já lançadas no Brasil e é um trabalho que merece figurar na estante de quem aprecia os quadrinhos como forma de cultura e como arte.

 

Classificação:

4,0

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