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12 curiosidades sobre Rebirth e os planos da DC Comics

5 abril 2016

Editora quer se reconectar com leitores e resgatar o próprio legado. Veja algumas curiosidades desta iniciativa editorial.

 

Rebirth (Renascimento) vem aí e promete apresentar novidades para os leitores da DC Comics. A história terá mistérios e surpresas, com reflexos em todas as revistas mensais da editora, que contarão com novos autores e serão relançadas a partir do primeiro número.

Não se trata de um novo reboot na cronologia, como ocorrido em 2011. Os planos foram revelados em detalhes durante a WonderCon de Los Angeles (veja todos os detalhes aqui), incluindo transmissão ao vivo pela internet, a presença da equipe editorial e diversos escritores e desenhistas.

“Tenho muito orgulho de todo este tempo que estou na DC e temos o compromisso de lançar revistas que sejam tão empolgantes para os leitores quanto são para nós. Crise Infinita continua sendo um dos meus momentos favoritos. Lançamos os Novos 52 e foi uma das épocas mais empolgantes da editora”, relembrou o editor Dan DiDio. “Mas, às vezes, nós nos desviamos do caminho e perdemos a conexão com os fãs. Todo o propósito de Rebirth é mostrar o nosso comprometimento com os leitores e a nossa dedicação com esses personagens. Algo estava faltando e percebemos isso.”

Com tantos anúncios, vários pontos podem ser discutidos. Veja abaixo 12 curiosidades que separamos sobre os novos planos da DC.

Personagens de Rebirth

1. Novos uniformes

Diversos personagens aparecerão com novos trajes e visuais remodelados, incluindo alguns dos mais importantes do Universo DC. Enquanto uns retornarão nas versões clássicas pelas quais eram mais conhecidos, outros sofrerão influências dos designs de filmes e seriados de televisão.

Clique na galeria abaixo para ver a comparação, lado a lado, entre os novos trajes e os anteriores, que estrearam no reboot Novos 52.

Batman ganhou mudanças no cinto de utilidades e no morcego estilizado do peito, que agora conta com um contorno amarelo. Dentre seus ajudantes, Asa Noturna voltará a usar a roupa preta e azul, em vez de preto e vermelho. Já o Robin (Tim Drake) também terá um visual similar ao de quando surgiu, com capa preta e amarela e calças verdes.

De volta às origens estão também o Arqueiro Verde, novamente usando cavanhaque; e Kid Flash (Wally West), de volta com o tradicional uniforme amarelo e vermelho.

Já a Supergirl usa novamente saias vermelhas, além de longas botas, misturando o design clássico com o do atual seriado de televisão. A Mulher-Maravilha é outra que sofre inspiração de outras mídias, assumindo de vez o visual que estreou nos cinemas com Batman vs. Superman – A origem da justiça e será visto nos filmes Mulher-Maravilha e Liga da Justiça.

Por fim, uma das artes apresentadas mostra o Superman com influência do visual apresentado em O Homem de Aço e Batman vs. Superman. A gola alta sumiu e ganhou botas, cintos e braceletes que remetem à encarnação cinematográfica.

E por falar em Superman...

 

2. Um mundo de Super-Homens

A linha de quadrinhos da franquia Superman expandiu. E se você acha que um é pouco, que tal dois Homens de Aço? Pois é isso o que provavelmente acontecerá. E nenhum deles vestirá novamente o calção vermelho por cima das calças.

As revistas Action Comics e Superman devem mostrar tanto o Superman dos Novos 52 quanto o pós-Crise nas Infinitas Terras, aquele mesmo reformulado pelo quadrinhista John Byrne, em 1987, que morreu na luta com Apocalypse e se casou com Lois Lane. O surgimento desse herói na cronologia atual aconteceu durante a saga Convergência, que a Panini Comics acabou de publicar no Brasil, e ao que tudo indicado as duas versões coexistirão.

Entretanto, as sinopses das primeiras edições só mencionaram a versão clássica do herói. Como isso funcionará dentro da DC, só o tempo dirá.

Ele também usará a famosa roupa do herói, mas com algumas variações, incluindo cinto vermelho e botas azuis. E não virá sozinho, pois seu filho com Lois, Jon Kent, desenvolverá poderes, se tornando o novo Superboy.

Depois do sucesso de Damian Wayne, filho de Bruce Wayne que assumiu a identidade de Robin, algo semelhante acontecerá com essa nova proposta do Superboy. E os dois heróis adolescentes compartilharão uma revista própria, chamada Super Sons (Super Filhos).

Com isso, também haverá duas Lois Lanes!

E prepare-se para conhecer uma terceira versão do herói em New Super-Man, revista escrita por Gene Yang, sobre um adolescente chinês de 17 anos chamado Kenji Kong. “Superman não é só um personagem, ele é a personificação de um ideal universal que transcende culturas. Eu quero pegar esse ideal e brincar em outro contexto cultural”, explicou o autor.

As mulheres também terão destaque. Além da Supergirl, outra personagem usará o emblema kryptoniano, com a estreia de Superwoman (Super-Mulher). Como se isso não fosse suficiente, Lex Luthor também incorporará o símbolo se autoproclamando defensor de Metrópolis.

A propósito, a série Action Comics retomará a numeração clássica, o que significa que, muito em breve, alcançará a marca de mil edições. Com certeza, algo especial será preparado.

New Super-Man

3. O retorno de Greg Rucka

Um dos principais anúncios foi a da volta do escritor Greg Rucka para a DC. O escritor, quatro vezes vencedor do Eisner Awards, já trabalhou em diversos títulos para a editora, como Batman, Mulher-Maravilha, Action Comics, 52 e Gotham Central, mas estava ausente desde 2010.

Desde então, ele vinha trabalhando na Marvel e em projetos autorais, como Lazarus.

Seu retorno é significativo por agregar força criativa vinda de um autor respeitável. Ainda mais por escrever novamente a Mulher-Maravilha, personagem a qual ele já teve uma fase de sucesso no passado.

Os planos de Rucka envolvem contar histórias em duas linhas narrativas diferentes. A primeira, nas edições de número ímpar, se passa no tempo contemporâneo e contará com desenhos de Liam Sharp. Já a segunda, em edições pares, terá arte de Nicola Scott e mostrará a origem da heroína, numa espécie de Mulher-Maravilha – Ano Um.

E já que falamos de retornos, não vamos esquecer de Phil Jimenez, assumindo a revista Superwoman.

Greg Rucka

4. Rafael Albuquerque e a Batgirl

A Batgirl continuará usando o traje introduzido recentemente, numa fase que resultou em sucesso de público e crítica. E o destaque aqui fica por conta do talentoso desenhista brasileiro Rafael Albuquerque ter sido o escolhido para o título.

Rafael se viu envolvido em uma polêmica no ano passado por causa de uma capa variante que deveria ter sido publicada em Batgirl # 41. A ocasião era uma série de capas temáticas em homenagem aos 75 anos do Coringa e o vilão tem importante influência na carreira heroica de Barbara Gordon por causa da graphic novel Batman - A piada mortal.

O desenho, considerado forte por alguns fãs e pelos autores do título na época, acabou sendo retirada da programação a pedido do próprio artista.

Mas o mundo dá voltas e, um ano depois, ele assume a revista da personagem.

Capa cancelada de Rafael Albuquerque para Batgirl # 41Arte de Rafael Albuquerque para a nova revista da Batgirl

5. Talentos ausentes

O anúncio de Rebirth contou com 30 títulos e diversos autores. Entretanto, é curioso ver que alguns (ainda) não fazem parte da iniciativa, se comparado com o reboot de 2011 e outros recentes trabalhos para a DC Comics.

Jeff Lemire atualmente escreve Gavião Arqueiro para a Marvel, mas, apesar de em breve ter um novo volume de Novos Titãs – Terra Um, não está envolvido nas revistas mensais. O mesmo pode ser dito de Grant Morrison, o arquiteto do multiverso moderno.

O próprio Geoff Johns não confirmou qual título escreverá. Será ele o responsável por Justice League of America, ainda sem equipe criativa revelada? Ou alguma outra coisa?

Outros exemplos são Brian Azzarello, Ivan Reis, Gail Simone, George Pérez, Greg Capullo (que trabalhará com Mark Millar em um projeto autoral), Peter Milligan, Paul Levitz, Howard Porter, Ben Oliver, Garth Ennis, Lee Bermejo, Greg Pak, Aaron Kuder, Cameron Stewart, Jason Fabok e Meredith Finch.

Geoff Johns

6. Uma nova geração de autores

Por outro lado, a editora aposta bastante em uma nova geração de talentos.

Tom King, ex-oficial especializado em contraterrorismo da CIA, vem ganhando terreno na editora e assumirá os roteiros de nada menos do que a revista mensal do Batman. James Tynion IV escreverá Detective Comics após desenvolver vários trabalhos nos últimos tempos, como Batman Eterno, Constantine e Talon.

Destaque também para Gene Yang, vindo do mercado independente, vencedor do Eisner Award e autor das graphic novels American Born Chinese e The Shadow Hero. Após escrever Superman nos últimos meses, criará seu próprio personagem no Universo DC em New Super-Man, como já comentado nesta matéria.

Julie Benson e Shawna Benson estreiam nos quadrinhos. As duas autoras são responsáveis pela série de televisão The 100 e agora cuidarão as aventuras da equipe Aves de Rapina, em que mostrarão uma misteriosa pessoa que assume a identidade de Oráculo, preocupando a Batgirl.

John Semper é outro que vem da televisão, especificamente de desenhos animados, e já trabalhou na Disney Studios, Warner Bros. Animation e Hanna-Barbera Productions. Agora, será o responsável pelas histórias do Cyborg.

Outros que merecem menção são Benjamin Percy, Hope Larson, Steve Orlando e Sam Humphries.

Tom KingJulie Benson e Shawna Benson

7. Onde estão os outros super-heróis?

Rebirth se concentrou em algumas franquias específicas da DC Comics, como Batman, Superman, Mulher-Maravilha, Liga da Justiça, Lanterna Verde, Flash, Aquaman, Arqueiro Verde, Cyborg, Esquadrão Suicida, Besouro Azul, Novos Titãs e Hellblazer.

Mas não se sabe ainda ao certo quais são os planos para relançar outros títulos. Shazam (antigo Capitão Marvel), Sociedade da Justiça, Terra 2, Legião dos Super-Heróis, Gavião Negro, Monstro do Pântano, Nuclear, Homem-Animal, Caçador de Marte, Lobo, Novos Deuses, Jonah Hex e o Multiverso são apenas alguns exemplos dos ausentes.

A elogiada Academia Gotham, que chega ao Brasil em abril pela Panini Comics, também não aparece nesses primeiros anúncios.

E nem se chegou a comentar os personagens oriundos da extinta WildStorm. Se nos Novos 52 vários deles foram introduzidos na cronologia, aqui ainda não se ouviu falar, dentre outros, de Stormwatch, Authority, Meia-Noite, Vodu, Bandoleiro, WildCATS, Gen 13, Deathblow, Espartano e Mister Majestic.

A editora planeja uma segunda onda de lançamentos ligados ao Rebirth após esta fase inicial. Quais destes aparecerão?

Shazam!Legião dos Super-Heróis

Personagens WildStorm

8. Quadrinhos mais baratos

Outra decisão significativa foi abaixar o preço das publicações. Há algum tempo, as editoras norte-americanas cobram US$ 3.99 por uma revista regular de 32 de páginas (sendo 20 de história). Para efeito de comparação, no câmbio atual, sai por R$ 14,45.

Assim, foi decidido fixar o preço para US$ 2.99, uma redução de 25%.

“Queremos que os leitores possam comprar as revistas e aproveitar as histórias. Acreditamos nesse projeto. Não queremos vender menos com um preço mais alto, o que procuramos aqui é vender mais revistas para mais pessoas. Queremos o maior número de leitores possível”, explicou Dan DiDio.

Revistas por US$ 2.99

9. Periodicidade quinzenal

No total, 17 títulos terão periodicidade quinzenal. Nesses casos específicos, significa que os leitores terão duas edições por mês e, ao final de um ano, serão 24 números, em vez dos tradicionais 12.

Foram reveladas 31 novas séries no total, resultando em 48 revistas que chegarão às comic shops todos os meses. Isso antes de anunciarem outras séries.

Na verdade, o objetivo parece ser otimizar as vendas. Em vez de colocar 48 títulos diferentes, a maioria de pouco apelo, dobra-se a quantidade de lançamentos com personagens mais atrativos, como Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Lanterna Verde, Flash, Aquaman, Liga da Justiça e Esquadrão Suicida (que, em agosto, ganhará um filme, não se esqueça).

A Marvel já vinha fazendo algo similar há algum tempo, com publicações tendo até 18 edições anuais.

Batman # 1Superman # 1

10. Coringa

A DC Comics promete mostrar aos leitores a verdadeira identidade do Coringa em Justice League # 50, à venda nos Estados Unidos em maio, antes do início de Rebirth. A revelação é consequência da saga Guerra de Darkseid e o fato dos heróis terem adquirido poderes dos Novos Deuses.

Na verdade, o Batman já sabe do segredo desde Justice League # 42, quando, em posse do poder da Poltrona Mobius, criada pelo Novo Deus Metron, acessa a informação. “Não. Isso não é possível”, reagiu o Cavaleiro das Trevas.

Como essa novidade repercutirá no Universo DC e quais os efeitos na relação entre os dois antagonistas?

Coringa

11. Liga da Justiça da América

Justice League of America não teve a equipe criativa revelada. “Não podemos falar sobre essa revista ainda”, decretou Geoff Johns durante o painel na WonderCon. Mas por qual motivo?

Provavelmente o conteúdo e os autores terão grande ligação com os acontecimentos do especial DC Universo - Rebirth, cuja história está guardada a sete chaves pela editora. Só devemos ter mais informações a partir do final de maio.

Justice League of America

12. A mão misteriosa

"O futuro (e passado) do Universo DC começa aqui. Não pule para a última página. Não deixe seus amigos ou a internet arruinarem a surpresa. Não diga que não avisamos!"

Essa é a sinopse de DC Universe – Rebirth, cuja capa exibe vários super-heróis tentando alcançar uma mão misteriosa que sai da luz.

É uma clara referência à famosa obra de arte A Criação de Adão, pintada por Michelangelo por volta de 1511, no teto da Capela Sistina, no Vaticano (veja abaixo). Ela mostra Deus criando o primeiro homem. A pintura foi feita durante o período cultural conhecido - da mesma maneira desta iniciativa da DC Comics - como Renascimento (ou Renascença, fim do século 14 ao fim do século 16), em que artistas, escritores e pensadores expressavam em suas obras os valores, ideais e a nova visão do mundo de uma sociedade que emergia da crise do período medieval.

A Criação de Adão, de Michelangelo

DC Universo – Rebirth

No caso da HQ, de quem será essa mão misteriosa?

Outra mão faz parte da mitologia do Multiverso DC. Krona, cientista de Oa, era obcecado por descobrir como se deu a criação de todo o universo. Mesmo proibido de continuar suas pesquisas, a busca levou ao surgimento do multiverso numa cena emblemática que serviu de referência para diversas histórias (veja na imagem abaixo). Krona acabaria sido banido de seu mundo natal, que anos mais tarde criaria a Tropa dos Lanternas Verdes por meio dos Guardiões do Universo.

Haveria alguma ligação? Trata-se de outro personagem? Ou um totalmente novo, criado para essa história?

"Revelaremos a maior surpresa de todos os tempos da DC Comics", sentenciou Geoff Johns. "Rebirth será sobre se concentrar no âmago dos personagens e seus respectivos universos. Trazer de volta o que se perdeu, o legado deles, o amor e a esperança do UDC."

Resta ver se as promessas serão cumpridas. A partir de maio, os leitores terão as respostas.

Samir Naliato já viu universos morrerem e renascerem, e observa atentamente os próximos passos da DC Comics para futuros registros.

Krona e a criação do Universo DC

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