Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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Luto nos quadrinhos nacionais: Flavio Colin morreu

13 agosto 2002

Flavio Colin, segurando uma de suas obras ainda inéditaOs quadrinhos nacionais estão tristes! Faleceu hoje (13/08), ao 72 anos, às 5h da manhã, Flavio Colin, um dos maiores nomes das HQs brasileiras em todos os tempos. Ele foi hospitalizado com enfizema pulmonar na última quinta-feira, e, infelizmente, acabou não resistindo.

Dono de um traço único, diferente, estilizado, que para muitos lembrava os cordéis, Colin era um polivalente. Começou na década de 1950, e desenhou de tudo um pouco, passando por tiras, HQs de terror, eróticas e até álbuns com obras históricas.

Premiadíssimo, sempre foi um defensor exacerbado dos quadrinhos nacionais. Nunca gostou de super-heróis, e em suas histórias sempre podíamos encontrar a mula-sem-cabeça, o saci-pererê, caboclos, mulatas, samba, macumba, cerveja, enfim, tudo aquilo que tivesse raízes em nossa cultura.

Flavio Colin e seus diversos prêmiosTristemente, essa pátria que Colin tanto soube amar e retratar através de seus desenhos únicos, nunca permitiu ao artista um retorno financeiro à altura de seu talento. Por isso, ele jamais conseguiu viver apenas dos quadrinhos.

Alguns de seus últimos trabalhos publicados foram os excelentes Fawcett, pela Nona Arte, com roteiro de André Diniz; e Estórias Gerais e Fastasmagoriana, escritos e editados, de forma independente, pelo mineiro Wellington Srbek.

O Universo HQ teve a honra de, durante algum tempo, publicar sua tira mais famosa, a clássica Vizunga. Em março de 2001, esse mestre do traço nos concedeu uma entrevista exclusiva, na qual falou de sua carreira e sobre as dificuldades de se trabalhar com quadrinhos no Brasil. Confira também a sua biografia.

Flávio Barbosa Mavignier Colin, ou simplesmente, Flavio Colin, deixa um enorme vazio no mercado de quadrinhos nacionais. A tristeza toma conta de todos os seus fãs nesse momento doloroso, mas a alegria que suas histórias nos proporcionaram ao longo das cinco últimas décadas, certamente, será sempre a melhor lembrança que podemos ter dele. Ele ficaria feliz com isso!

Fica aqui nossa homenagem especial a esse incansável guerreiro do traço, um dos maiores talentos que já passou pelas pranchetas nacionais. Viva Colin!

Artigo com colaborações de Samir Naliato e Marcelo Naranjo.

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