Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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Brasil Comic Con ganha independência e quer crescer nos próximos anos

17 novembro 2014

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Em 2013, aconteceu a primeira edição da Brasil Comic Con. Organizada pela Yamato Corporation (presente no mercado de eventos há mais de 20 anos), foi realizada dentro do Anime Friends.

Isso mudou neste ano e a Brasil Comic Con se tornou independente em sua segunda edição. A convenção foi realizada no último final de semana, nos dias 15 e 16, no Centro de Eventos Pro Magno, em São Paulo/SP.

O evento ocupou os dois andares do local, que ainda tem partes de seus 48 mil m² em fase final de construção.

Como é comum em eventos no formato “comic con”, o objetivo é centralizar destaques da cultura pop em um só lugar, expandindo as atrações para além dos quadrinhos. Assim, videogames, cinema, seriados de televisão, RPG e cosplay também marcaram presença.

Entrada do Brasil Comic Con 2014

Entrada da Brasil Comic Con 2014

O primeiro pavimento teve o palco principal como grande destaque. Foi nele que os aguardados painéis com convidados nacionais e internacionais aconteceram. Além disso, havia exposições, como uma dedicada aos 75 anos do Batman, e os estandes de editoras e estúdios, como Panini, Mythos, HQM, Nemo, Devir, Draco, NewPop, Jambô, Estúdio Ed Benes e Instituto de Quadrinhos, Glass House e outros.

No segundo pavimento, as principais atrações foram o Beco dos Artistas e o auditório, com palestras de convidados. Havia ainda uma exposição de ficção científica, espaço com videogames para o público jogar e uma área para RPG. Além disso, em um inusitado palco de luta livre, a presença da BWF – Brazilian Wrestling Federation fez exibições para a diversão dos visitantes.

Primeiro dia

A primeira atração do sábado no palco principal foi Um Sábado Qualquer, com a presença do autor Carlos Ruas, na parte da manhã.

As apresentações mais aguardadas começaram com o painel A era dos super-heróis, no qual David Gorder, produtor dos filmes dos X-Men, falou sobre os bastidores das produções e esse novo momento cinematográfico, no qual os heróis dos quadrinhos se tornaram a “bola da vez”.

Em seguida, a cosplayer argentina Ana Bertola falou sobre o movimento em seu país e suas experiências ao longo dos anos, e o quadrinhista James O’Barr assumiu o palco para conversar sobre O Corvo e os seus próximos projetos para os quadrinhos e o cinema envolvendo o personagem (mais detalhes em breve).

Mas o que mobilizou mesmo o público foram as apresentações de Takumi Tsutsui – o ator que interpretou Jiraiya no programa de televisão – e Paul Zaloom, que dá vida ao descontraído cientista de O Mundo de Beakman.

Takumi Tsutsui, o ator que interpretou Jiraiya

Takumi Tsutsui, o ator que interpretou Jiraiya

Enquanto isso, no auditório, palestras focaram temas como 007, Harry Potter, o concurso de cosplayers e a turma do Podtrash. Marcelo Cassaro também compareceu para falar de seus trabalhos com a editora Jambô, enquanto a HQM levou o quadrinhista argentino Agustin Grahan Nakamura para falar de Zero Point, álbum lançado recentemente no Brasil.

Segundo dia

O domingo teve um movimento aparentemente menor do que o dia anterior. Ainda assim, algumas atrações eram muito aguardados e concentraram a presença do fãs.

A final do concurso de cosplay teve a presença de diversos praticantes e o painel com o ator Sylvester McCoy, que interpretou o Doutor em Dr. Who entre 1987 e 1989, recebeu um público empolgado. McCoy também interpreta Radagast na trilogia O Hobbit. Ele contou as experiências vividas nos dois trabalhos e respondeu diversas perguntas dos fãs.

Mundo Canibal também recebeu um grande público, que lotou o auditório superior e formou grandes filas para fotos e autógrafos.

Sylvester McCoy

Sylvester McCoy

Outros destaques foram os painéis com Michael Golden e Rodney Ramos, que falaram sobre o mercado norte-americano de quadrinhos, e o dos brasileiros no exterior, no qual Mike Deodato Jr., Fabio Laguna, Frank Martin, Luke Ross, Ed Benes e Will Conrad falaram como conseguiram trabalhar para grandes editoras dos Estados Unidos.

No encerramento, a Família Lima se apresentou no palco principal tocando músicas oriundas da cultura pop, incluindo trilhas sonoras de filmes, séries televisivas e videogames.

Balanço final

Os dois dias do evento alternaram grandes momentos com outros menos empolgantes. O grande espaço do Centro de Eventos Pro Magno, com os dois andares, dispersou um pouco o público e faltou um senso de unidade para as atrações. Entretanto, o potencial é visível e percebe-se espaço para crescimento.

E é justamente com a ideia de crescer que a organização já pensa em 2015. Poucas horas antes do término da convenção, o Universo HQ conversou com o coordenador geral do Brasil Comic Con Leandro Cruz, da Yamato, para as primeiras impressões e um balanço preliminar sobre a realização.

Will Conrad, Mike Deodato Jr., Fabio Laguna e Luke Ross fotografam com cosplayers

Will Conrad, Mike Deodato Jr., Fabio Laguna e Luke Ross fotografam com cosplayers

“O que posso dizer é que começamos e que a fase inicial de todo o projeto finalmente foi concluída. Estamos trabalhando há mais de um ano nisso e, se for pensar bem, é algo pioneiro, pois é a primeira 'comic con' desse porte”, disse Cruz. “Nossas expectativas foram conquistadas, mas temos total consciência de tudo o que já temos de contato e do que estamos planejando para fazer ano que vem e não deu para fazer neste.”

A separação do Brasil Comic Con do Anime Friends também foi avaliada.

“Foi um progresso, uma evolução. Estamos trabalhando há mais de um ano nisso, porque fizemos a primeira edição junto com o Anime Friends, em 2013, já sabendo que a cultura pop é muito grande e tudo tende a crescer ainda mais. Há muito produto no mercado, os filmes e os quadrinhos crescem cada vez mais e é uma via de mão única o Brasil Comic Con ter seu próprio espaço”, analisou.

“Em 2013 realizamos também na Argentina, sabendo que neste ano os eventos seriam separados nos dois países. Neste momento, a Argentina Comic Con também está terminando. Os dois eventos aconteceram juntos e isso foi planejado”.

De acordo com Leandro Cruz, ele também já começou a receber feedbacks dos convidados internacionais.

“Acabei de receber uma mensagem da nossa equipe que está com o Sylvester McCoy. Ele mandou um agradecimento e disse que adorou tudo. Foi a primeira vez dele no Brasil. David Gorder também elogiou e achou o País sensacional. Beakman é praticamente brasileiro, ele se sente em casa aqui e dessa vez não poderia ser diferente. Para outros, o evento ainda não acabou.”, revelou.

Palco principal do Brasil Comic Con

Palco principal da Brasil Comic Con

O próximo ano será cheio. Além do Anime Friends e da Brasil Comic Con, ambos organizados pela Yamato Corporation, haverá outra Comic Con Experience e uma nova edição do FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, que acontece bienalmente.

Essas duas últimas também costumam ser realizadas no final do ano, o que faria acontecerem três grandes eventos em um curto período de tempo, sobrecarregando o calendário para os fãs. Isso é algo que está na mente dos organizadores.

“Já temos bastante coisa iniciada. Negociações que não deram em nada neste ano por qualquer motivo que seja, como agenda cheia, estão encaminhadas. São contatos com empresas e convidados. Voltaremos a conversar e eles estão muito interessados em vir ao Brasil. No mínimo, em 2015 será ainda melhor do que foi em 2014”, afirmou.

“Estamos conversando a respeito das datas. Tem vários fatores sobre isso, não basta só querermos fazer em uma data específica. Tem o cronograma de quem queremos convidar, das empresas, dos artistas e de tudo mais. O mercado precisa estar preparado para isso. Estamos estudando com antecedência, só não posso dizer como será no próximo ano, pois ainda não foi decidido a ponto de ser anunciado”, encerrou.

Clique na galeria abaixo para ampliar algumas fotos do evento.

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