As Diabruras de Quick e Flupke – vol. 1 (formato  21 x 28 cm, 184 páginas, R$ 39,90), de Hergé, é um lançamento da Globo Livros Graphics. O título celebra o quadrinhista belga, pai de Tintim, no marco dos 30 anos de sua morte.

Este é o primeiro volume dos quadrinhos coloridos completos com os personagens, lançados em 11 álbuns avulsos entre 1949 e 1969 – o segundo volume está previsto para 2014.

A primeira diabrura de Quick e Flupke veio a público em janeiro de 1930, no Le Petit Vingtième, suplemento infantil semanal do jornal belga Le Vingtième Siècle. Diz a lenda que, voltando ao trabalho depois de tirar férias, Hergé foi surpreendido por uma “pegadinha” dos colegas de redação, que, sem avisar, haviam anunciado publicamente que ele lançaria uma inédita série de quadrinhos. Com poucos dias para dar conta do recado, Hergé mesclou reminiscências infantis com influências do cinema e dos cartuns norte-americanos para dar vida a dois garotos às voltas com confusões nas ruas da Bruxelas dos anos 1930.

Limitado ao espaço de duas páginas por semana, Hergé desenvolveu, a partir dali, narrativas cômicas que apresentam a atmosfera poética do universo das crianças. O trapalhão (e um tanto azarado) Quick e seu travesso parceiro Flupke trazem altas doses de nonsense e bagunça num mundo organizado por adultos. Ao longo de uma década, foram mais de 300s histórias publicadas.

O traço limpo, característico do estilo gráfico de Hergé, que seria chamado de ligne claire (linha clara), foi originalmente concebida em preto e branco. Só mais tarde, depois da Segunda Guerra Mundial, as HQs foram coloridas e compiladas em álbuns, tornando-se populares para além da Bélgica, em outros países de língua francesa.

As tramas da dupla serviram como base, ainda, para uma série de desenho animado para a TV, na década de 1980.