Diretor e estúdio entram em jogo de empurra para explicar fiasco de Quarteto Fantástico
O reboot cinematográfico do Quarteto Fantástico foi polêmico desde o começo. O diretor Josh Trank vinha do elogiado Poder sem limites (2012), filme de baixo orçamento sobre três amigos surpreendidos ao ganhar superpoderes. De início, eles os usam para brincar com conhecidos, mas aos poucos ganham a sensação de impunidade e passam a realizar feitos maiores.
A 20th Century Fox viu em Trank uma boa alternativa para comandar o próximo filme da primeira família da Marvel.
Mas as decisões de escalar um elenco mais jovem, mudar a etnia do Tocha Humana e modificar a dinâmica entre os quatro personagens da equipe causaram uma onda de críticas que afetou a credibilidade da produção entre os fãs. À medida em que as notícias eram divulgadas, mais se via que o projeto se afastava da versão clássica dos personagens.
O filme finalmente chegou aos cinemas no último dia 6 de agosto (leia o review aqui), acompanhado de críticas negativas e uma bilheteria decepcionante. E as histórias de bastidores para explicar o fiasco também começaram a aparecer.
Na última quinta-feira, Josh Trank usou o Twitter para se posicionar a respeito dos reviews. “Há um ano, eu tinha uma fantástica versão do filme. Teria recebido ótimas críticas. Provavelmente, vocês nunca a verão. Essa é a realidade”, disse ele. Logo depois, o post foi deletado, mas já era tarde demais.
De acordo com a revista Entertainment Weekly, fontes do estúdio revelaram que o comportamento destrutivo e combativo do diretor causou desgaste com a equipe técnica, produtores e elenco. Algumas das histórias envolve destruição causadas na casa que havia alugado e até períodos em que despareceu e ficou incomunicável com o resto da equipe.
Outras fontes falam que esses não foram os únicos problemas. Trank estaria muito pressionado pelo estúdio, que efetuou mudanças no roteiro e decidiu retirar cenas importantes do filme após ter acordado tudo com o diretor, ocasionando alterações importantes na trama. Três cenas de ação teriam sido completamente removidas, além de diminuição no orçamento.
Discordâncias sobre o elenco também aconteceram. A Fox não estaria satisfeita com Miles Teller no papel de Reed Richards, mas o diretor ganhou a briga. Em contrapartida, exigiu a presença de Kate Mara como Sue Storm, o que não era desejo de Josh Trank e, por isso, a atriz teria tido uma recepção fria durante as filmagens.
Nenhum desses fatos chegou a ser oficialmente confirmado por nenhuma das partes envolvidas.
Nos últimos meses, Quarteto Fantástico passou por profundas refilmagens em uma tentativa de salvar o produto final.
Toda essa repercussão já teve consequências para o diretor. Há alguns meses, foi anunciado que ele não dirigiria mais um dos spin-offs de Star Wars, como estava programado. Apesar de Trank falar que prefere se concentrar em um projeto próprio no momento, depois de toda a pressão dos últimos anos, informações dizem que a Disney ficou preocupada com as notícias que recebeu sobre a produção problemática de Quarteto Fantástico.
Para a Fox, ficou o rojão de aguentar não só a repercussão negativa envolvendo o nome do estúdio, mas também assumir o provável prejuízo financeiro.