Editoras 8Inverso e BesouroBox se fundem e HQs continuam nos planos
Nos últimos anos, a Editora 8Inverso mantinha quadrinhos em seu catálogo, como as elogiadas graphic novels O boxeador, Bourbon Street, Baby´s in Black – O quinto Beatle, Elvis e outras.
Com a chegada de 2015, veio também a fusão da 8Inverso com a Edições BesouroBox, integrando suas operações com o objetivo de um maior investimento em autores, leitores e aumento da capacidade de distribuição no cenário nacional.
“O catálogo da 8Inverso sempre nos chamou a atenção pela qualidade editorial e acabamento, além do carinho e respeito com que o diretor-geral Cássio Pantaleoni tratou a sua marca. São posturas que a BesouroBox tivemos desde que chegou ao mercado. Essa fusão sem dúvida representa um grande salto para nós e um maior acesso a autores, agentes e comerciantes de livros”, anunciou Marco Cena, um dos sócios da BesouroBox
Segundo Cena, a BesouroBox vem crescendo substancialmente nos últimos anos e exigindo maiores investimento e diversificação do catálogo.
“Já estamos trabalhando com o selo BesouroLux, que atende a nossa linha de livros filosofia/espiritualidade. Agora, com a 8Inverso, vamos investir com força no mercado de graphic novels. Conversei com o Cássio meses atrás, e achei uma loucura ver um escritor de talento como ele tentando conciliar ao mesmo tempo a editora, as oficinas que ministra, as suas atividades profissionais em São Paulo e ainda escrever livros. Essa energia que ele dispensa ao livro é muito parecida com a que a gente tem na Besouro. Eu disse para ele: deixa com a editora com a gente e vai escrever. E ele gostou demais da ideia”, explicou.
A Edições BesouroBox já está trabalhando a integração operacional e assumindo a gestão da 8Inverso. Além disso, há planos de novos lançamentos pelo selo, oriundos da atuação conjunta.
Novas graphic novels estão previstas e há um conjunto de obras de autores de expressão em avaliação. Ainda para este primeiro semestre, três lançamentos estão planejados.
Notas de um Tempo Silenciado, com roteiro e desenho de Robson Vilalba, é um olhar pormenorizado sobre a ditadura militar no Brasil. Um mosaico de elementos que, em sua particularidade, revelam a cada capítulo, a cada traço, o que teria sido viver e sobreviver à ditadura e, hoje, poder contá-la. Seja na voz do militar, do civil, do estudante, do negro ou do indígena.
O Trem dos Órfãos, escrito por Philippe Charlot e arte de Xavier Fourquemin. No ano de 1990, em sua elegante residência em Nova York, Harvey não está surpreso com a visita de Jim. Ele o espera há 70 anos. Os dois se conheceram em 1920, ainda meninos, em um dos trens do primeiro programa de adoção de crianças da história – a Orphan Train Riders. Assim como eles, dezenas de milhares de garotos de rua foram enviados para um Oeste americano em desenvolvimento, para serem adotados por fazendeiros e utilizados como mão de obra barata.
Esta é a história pouco conhecida sobre o povoamento do Oeste e o surgimento de instituições de caridade nos Estados Unidos. A trama da viagem feita por meninos como Harvey e Jim, cheia de esperança, companheirismo, mas também de traição. A viagem dos que, não sendo bem nascidos, estavam dispostos a tudo para serem bem adotados.
Por fim, Berlinoir, com roteiros de Tobias O. Meissner e arte do alemão Reinhard Kleist (O boxeador). Uma cidade repartida ao meio por um muro, uma sociedade politicamente dividida. Berlim, durante a Guerra Fria? Não, Berlinoir. Nesta versão distópica da capital alemã, vampiros detêm o poder, mas são sistematicamente combatidos por rebeldes humanos.
Um thriller sobrenatural cheio de referências, no qual a permanente disputa entre vampiros e seres humanos é uma alegoria a episódios históricos, como o nazismo, o holocausto e o muro de Berlim. Sucesso de crítica e público na Alemanha, a obra faz ainda uma homenagem ao cinema noir nos cenários sombrios e deve agradar não só aos fãs de histórias de vampiros, como também aos que acreditam na arte como instrumento de reflexão.