Na última sexta-feira, a Comic Con Experience anunciou a presença de Jim Lee (veja aqui). Mas as novidades continuaram nesta segunda-feira, com a revelação de outro peso-pesado da indústria de quadrinhos dos Estados Unidos: Frank Miller estará no evento entre os dias 3 e 6 de dezembro, como convidado de honra.

Ele dispensa apresentação entre os fãs de quadrinhos, pois é um dos autores mais influentes dos últimos 30 anos. Mas nunca é demais relembrar um pouco da sua carreira.

Miller começou a trabalhar da década de 1970, publicando trabalhos por editoras menores, muitas vezes sem ter seu nome nos créditos das histórias. Depois, foi para a DC Comics, para a qual fez algumas histórias curtas de guerra.

Em 1979, foi contratado pela Marvel Comics. Revitalizou a revista do Demolidor e, ao longo dos anos, escreveu histórias consideradas clássicas, como A queda de Murdock e Demolidor – O homem sem medo. Ele também criou a personagem Elektra. Ainda pela “Casa das Ideias”, produziu uma famosa minissérie de Wolverine, ao lado do escritor Chris Claremont, e fez Elektra - Assassina, com o desenhista Bill Sienkiewicz.

A carreira de sucesso continuou na DC. Foi lá que ele fez o primeiro trabalho autoral: Ronin.

Em 1986, veio aquele que seria o seu mais famoso trabalho. Batman - O Cavaleiro das Trevas era uma minissérie em quatro partes que mostrava um possível futuro do herói, já velho, aposentado e ainda mais amargurado, mas que se viu impelido a voltar à ativa ao ver a degradação que acontecia na sociedade.

Ao lado de outras obras, como Watchmen, é considerada um marco, responsável por dar uma guinada na indústria norte-americana naquela década.

Com o sucesso, Miller recebeu a oferta de reformular o Batman e contar a nova origem do personagem após a saga Crise nas Infinitas Terras, quando a DC decidiu realizar um reboot de seu universo ficcional de super-heróis. Assim nasceu Batman – Ano Um, com desenhos de David Mazzucchelli.

Chegou a década de 1990 e, com ela, seu principal trabalho autoral. Pela Dark Horse, lançou Sin City. A série foi um sucesso e, anos mais tarde, viria a ser adaptada em dois filmes, respectivamente em 2005 e 2014, nos quais ele foi codiretor, ao lado de Robert Rodriguez.

Frank Miller fez ainda outros trabalhos marcantes, como Hard Boiled e 300 de Esparta. Este último também levado aos cinemas, em 2007.

Por falar em cinema, Miller escreveu os roteiros de Robocop 2 (1990) e Robocop 3 (1993), além de dirigir a adaptação de Spirit (2008), criação de Will Eisner.

Com a chegada do novo século, ele alternou bons e maus momentos. Logo no início dos anos 2000 foi lançado Batman – O Cavaleiro das Trevas 2, mas a continuação da clássica história não foi recebida com os mesmos elogios.

Em 2005, fez outro trabalho com o herói encapuzado: Grandes Astros Batman & Robin contou com desenhos de Jim Lee, mas a série foi interrompida sem ter o desfecho publicado.

Os atentados de 11 de setembro de 2001 tiveram uma forte influência no autor. Como resultado direto desse fato, ele escreveu uma história na qual Batman enfrentava terroristas. A DC acabou decidindo não publicar e Miller adaptou a trama, dando origem à graphic novel Holy Terror, lançada no Brasil pela Panini Comics, em 2013.

Neste ano, o lançamento de Dark Knight III – The Master Race foi confirmado. Trata-se da terceira parte da – agora – trilogia do Cavaleiro das Trevas. A primeira edição chegará às comic shops dos Estados Unidos em novembro deste ano.

Frank Miller faz parte do hall da fama do Eisner Award.