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O Doutrinador: saiba mais sobre a produção do filme e do seriado

5 março 2018

Com a leva de quadrinhos indo para o cinema e os seriados de televisão, um título chamou a atenção da produtora Paris Entretenimento e das distribuidoras Downtown Filmes e Paris Filmes: O Doutrinador (veja algumas fotos aqui). Lançada em 2013, de forma independente, por Luciano Cunha. O material será adaptado para os dois formatos.

Para contar mais detalhes sobre as produções, no dia 1º de março foi realizada uma coletiva de imprensa com a presença de Luciano Cunha; Gabriel Wainer, representante da Guará Entretenimento, editora, agência e núcleo criativo desenvolvedor de graphic novels e conteúdo de entretenimento; Kiko Pissolato, ator que interpreta o Doutrinador; Gustavo Bonafé (Legalize Já, Chocante), diretor do filme, e diretor geral da série, com codireção de Fábio Mendonça (A Noite da Virada), que também assina alguns episódios; e Renata Rezende, produtora executiva.

O Doutrinador é Miguel, um agente federal altamente treinado que vive num Brasil cujo governo foi sequestrado por uma quadrilha de políticos e empresários. Uma tragédia pessoal o leva a eleger a corrupção endêmica no país como sua maior inimiga. E ele começa a se vingar da elite política brasileira em pleno período de eleições presidenciais, numa cruzada sem volta contra a corrupção.

A previsão para o longa-metragem chegar aos cinemas é setembro deste ano.

O Doutrinador

"É uma fantasia", explica Kiko Pissolato. O foco é ser uma produção de entretenimento de ação, um gênero pouco explorado no cinema brasileiro. Luciano Cunha conta que, desde o início, a intenção era externar a sua revolta com a classe política brasileira: "O Doutrinador não toma partido, ele mata corruptos".

Por termos poucos filmes do gênero no Brasil, houve uma dificuldade inicial acerca dos profissionais: quem chamar? Renata Rezende viu aí a possibilidade de concretizar um sonho e foi decidido que toda a produção fosse brasileira.

Para Fábio Mendonça, o maior desafio é adaptar o quadrinho, ainda que seja um prato cheio para quem dirige, pois a parte gráfica e estética já está desenvolvida. Serão 14 semanas de gravação e, por uma questão de praticidade, ainda que seja uma aposta alta, foi resolvido rodar filme e seriado juntos, sendo que, primeiramente, tinha-se pensado em fazer apenas o produto para TV.

No entanto, a produção enxergou uma oportunidade de conquistar um mercado maior. Apesar do ritmo intenso de 12 horas de gravação, todos disseram estar se divertindo.

Diretor Gustavo Bonafé

Fazendo analogia aos super-heróis da DC e Marvel, que são objetos da fantasia de muitas crianças, inclusive do seu filho, Pissolato diz que "agora é a vez dele brincar" e que volta à infância dentro do set.

Uma curiosidade: muitas imagens da produção são violentas, como acontece na HQ, mas nas cenas mostradas após a coletiva, em visita ao set de filmagens, apareciam piruetas e confrontos que devem trazer o entretenimento à telona e, quem sabe, provocar catarse nas pessoas.

Essas cenas ainda não estavam montadas nem finalizadas, e mostraram um ar sombrio e um Doutrinador com presença impactante. A produção solucionou bem a sua máscara de olhos vermelhos que se acendem no escuro. Nenhuma das duas obras de audiovisual seguirá o roteiro da HQ, que foi adaptada, criando uma história inédita. Porém, muitas cenas dela estarão representadas nas telas.

O Doutrinador, vale lembrar, teve apenas três HQs publicadas, de dezembro de 2013 a abril de 2016, com cerca de 220 páginas, no total. Ainda assim, o potencial do personagem chamou a atenção dos produtores.

Carlos Betão

A previsão de lançamento do longa-metragem é para setembro deste ano, com distribuição pela Paris Filmes, às vésperas das eleições brasileiras. Renata afirmou que foi uma (feliz) coincidência de datas. E todos se dizem confiantes de que a película não incitará um comportamento violento por parte do público, pois ficará claro que aquela realidade, que se assemelha à brasileira, se passa numa cidade fictícia; é apenas uma fantasia.

Já a série, que será exibida no canal Space, em 2019, é para aqueles que quiserem se aprofundar no universo do personagem. E essa é a intenção da Guará, que já está produzindo um jogo do título e negociando produtos licenciados. Além disso, já está trabalhando em adaptar outras HQs para o cinema, como O Santo, de Alisson Borges, Penélope e Os Desviantes.

Todos os envolvidos em O Doutrinador esperam por um bom retorno do público, pela temática ligada ao Brasil e pelo momento mais receptivo a produções oriundas de quadrinhos.

Clique na galeria abaixo para ampliar mais fotos do set de filmagens e do filme.

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