Pânico na Band é banido da CCXP após reportagem infeliz
O programa Pânico na Band causou polêmica com a sua cobertura da Comic Con Experience, que foi ao ar na noite do último domingo, 6 de dezembro. No dia seguinte, o assunto tomou conta das redes sociais, com duras críticas às atitudes dos repórteres Lucas Selfie e Aline Mineiro ao humilhar cosplayers.
Uma das mais indignadas foi Myo Tsubasa, que estava caracterizada de Estelar (Novos Titãs) e chegou a ser lambida pelo humorista. Ela, evidentemente, não gostou da atitude e publicou no Facebook um texto revoltada com a atitude da equipe do Pânico, antes mesmo de a reportagem ir ao ar (assista-a na íntegra aqui).
“Me aparece um homem e uma menina, caracterizados já de uma forma ridícula, e nos puxam com a maior grosseria do mundo, sem nos perguntar se queríamos dar alguma entrevista ou fazer aparição, simplesmente nos agarraram grosseiramente para frente de uma câmera com uma luz absurda de intensa já na nossa cara”, narra Myo.
“Novamente, a criatura ignóbil me dá uma dedada na minha pele para tirar minha tinta e, logo em seguida, mete a língua nojenta em mim. Me lambeu. Não tem palavras que descrevam o ódio e o nojo que me bateram na hora. Que coisa escrota, repugnante. Invasão de privacidade, falta de respeito. Nojo”, contou.
O texto pode ser lido, na íntegra, neste link.
Este foi o caso que causou mais repercussão na mídia, mas não foi a única polêmica. A pauta do programa parecia ser humilhar os cosplayers e o público presentes no evento.
A atitude desrespeitosa foi o que chocou e causou indignação, mas o trabalho da equipe de produção também se mostrou muito falho. Os repórteres não têm a obrigação de saber quem é Frank Miller, por exemplo... até irem fazer uma matéria com ele.
Mesmo o programa não sendo conhecido por sua credibilidade, falar que Miller é o criador de Batman e Wolverine é algo ridiculamente equivocado. Não se tratou de uma brincadeira da cobertura, mas uma falha grave de pesquisa e informação dos produtores ao montar a pauta.
Banimento
A organização da CCXP divulgou uma nota oficial de repúdio ao Pânico da Band por meio do site Omelete (leia na íntegra aqui), e anunciou o banimento do programa em eventos futuros.
“É com tristeza e um sentimento de desgosto, então, que assistimos à maneira como o programa Pânico na Band, incapaz de lidar com o diferente, traz para dentro da CCXP seus preconceitos de gênero e seu franco desrespeito, entrevistando cosplayers com grosseria”, afirmou. “Depois desse incidente lamentável o Pânico na Band foi banido da CCXP 2015 e de todas as atividades organizadas a partir de hoje.”
“Não se trata aqui de discutir limites de humor. A cobertura do Pânico na Band da CCXP 2014, inclusive, foi muito bem-humorada e eles foram credenciados para a nova edição dentro desse espírito. No entanto, assédios moral e sexual são temas seríssimos e preocupações constantes em convenções de cultura pop no mundo inteiro – assim como fora delas. As atitudes do Pânico na Band dentro da CCXP representam um retrocesso que não podemos aceitar. Ninguém pode, não mais”, diz o comunicado.
Posição do Pânico na Band
Após a repercussão, os perfis do programa, tão ativos em redes sociais, silenciaram. Até o fechamento deste artigo, nenhum pronunciamento sobre o caso havia sido feito.