Uderzo e filha brigam pelo futuro de Asterix
Albert
Uderzo e sua filha Sylvie estão brigando pelo futuro
de Asterix.
A filha de Uderzo criticou seu pai, hoje com 81 anos, no
jornal Le Monde, dizendo que ele havia se vendido
ao "comercialismo" dos empresários. Segundo Sylvie, os investidores e
os empresários forçaram Albert Uderzo a renegar seus valores mais tradicionais
e vender 60% das ações da Editions Albert-René para a
Hachette.
Uderzo, desapontado, respondeu que o que foi vendido foram apenas as ações da empresa que ele mesmo fundou em 1979. Segundo ele, as alegações de sua filha, num jornal de respeito, visam à busca dela por mais poder e é um insulto aos leitores de Asterix. O fato em si já seria indigno.
Para Uderzo, Sylvie está tentando manchar sua dignidade perante os leitores, misturando seus direitos como autor com as funções e direitos de um acionista de uma editora.
Anne
Goscinny, filha e herdeira de René Goscinny, o outro criador de Asterix
é favorável ao acordo feito com a Hachette.
Um porta-voz da Hachette disse que este é um assunto entre pai e filha e que a editora não tem nada a declarar e nem pretende se envolver.
Sylvie Uderzo, que possui 40% das ações da editora, foi afastada há algum tempo da gestão da Editions Albert-René por seu pai, justamente pelas divergências entre eles quanto ao futuro do personagem.
Asterix, personagem criado por Goscinny e Uderzo em 1959, na revista Pilote, já vendeu mais de 325 milhões de livros em 107 línguas e sua próxima aventura, desenhada e escrita por Uderzo, será lançada em outubro, para celebrar os 50 anos do gaulês.