Versão digital de Miracleman é lançada com cenas censuradas
Como anunciado em 2013, a Marvel começaria a republicar as histórias de Miracleman, com a elogiada fase produzida por Alan Moore durante a década de 1980, este ano. A primeira edição foi lançada ontem, dia 15 de janeiro, nas versões impressa e digital.
Acontece que a versão digital chegou causando controvérsia. E o motivo é que cenas de nudez foram censuradas, o que não ocorre com as edições impressas. O motivo de as modificações terem sidas feitas é para as vendas não serem proibidas, de acordo com os termos de uso da Apple Store, que poderia retirar o produto de sua loja virtual. Isso acabou causando a mudança por solicitação da ComiXology, a maior distribuidora de quadrinhos digitais dos Estados Unidos.
A Apple já esteve envolvida em casos similares no passado, deixando de vender quadrinhos devido ao conteúdo considerado impróprio por ela, como no caso das 1500 HQs franco-belga. Outro caso foi a da revista Saga, de Brian K. Vaughan.
O problema é que toda a série Miracleman apresenta muitas cenas de nudez e violência e, se todas foram censuradas, mudará drasticamente a obra original. Ao longo das histórias, são mostradas cenas como a de um parto, de maneira bastante gráfica, e de um estupro infantil. Também traz cenas fortes de violência, como decapitação e outras.
Resta a dúvida sobre a atitude da Marvel para os próximos volumes. Além disso, fica uma questão mais séria. Estaria a Apple se tornando um novo órgão censor do mercado? Quais as implicações que essa política terá na hora de autores produzirem suas obras?
Atualização: A ComiXology está vendendo as duas versões em sua loja virtual, chamadas Miracleman: Mass Market Edition (censurada) e Miracleman: Parental Advisory Edition (sem censura). O mesmo acontecerá com a segunda edição. Na Apple Store, pelo aplicativo da Marvel, está disponível apenas a opção censurada, até a última atualização.