Todos
os veículos de comunicação social estão satisfeitos e realimentando o
sucesso do álbum de René Goscinny do ano, na França: Histoires Inédites
du Petit Nicolas. Posto à venda no dia 7 de outubro, com uma tiragem
de 75 mil exemplares, já nesta semana foi anunciado que a editora (Éditions
IMAV) está preparando uma nova edição, com mais 100 mil exemplares.

Do La République des Lettres, referência do mundo editorial francês,
às páginas eletrônicas dedicadas à Banda Desenhada, passando por todos
os jornais de relevância, não se fala em outra coisa, na França.

O Petit Nicolas, personagem de uma história de texto ilustrada criada
por Goscinny e pelo ilustrador Jean-Jacques Sempé em 1959 (mesmo ano da
estréia do Astérix e do lançamento da revista Pilote), é um menino
mais ou menos comum, sem superpoderes.

Mas, embalado pela mestria dos jogos de palavras de René Goscinny, tornou
mais humanas as vicissitudes dos pequenos franceses, ao mostrar a eles
que as angústias criadas pela escola, pelo convívio com os pais, e pelo
mundo muitas vezes não explicado, eram comuns a toda uma geração, facilitando
a identificação do personagem junto à criançada francesa.

O livro traz, em 640 páginas, 80 histórias de Goscinny, ilustradas por
250 desenhos de Sempé, que foram escritas entre 1959 e 1965, mas jamais
publicadas até então.

O sucesso editorial da obra pode se atribuído, além da enorme popularidade
da dupla Goscinny/Sempé, ao fato de que - nas palavras do La République
des Lettres - "traz um perfume de ternura num mundo de brutalidade".

Esperamos que o sucesso do livro possa vir a se transformar numa edição
brasileira, pois também precisamos de luzes que nos ajudem a ver com mais
clareza a poesia do mundo.

Cinco volumes de O Pequeno Nicolau foram lançados no Brasil, na
década de 1990, pela Martins Fontes.