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4º FIQ terminou com saldo positivo

14 agosto 2005

4º Festival Internacional de QuadrinhosComo
era previsto, os três últimos dias do 4º Festival Internacional de
Quadrinhos
de Belo Horizonte foram os que tiveram mais público (confira
o primeiro
e o segundo
dia do evento). Fãs dos mais variados gêneros (super-heróis, fumetti,
underground, mangás etc.) saíram de diversos estados do Brasil
para acompanhar as atividades, conferir as exposições e conhecer os artistas
presentes.

HQ e História: Nelson Cruz, Wellington Srbek e Jô Oliveira
Além disso, era comum ver pais com filhos pequenos passeando pelo evento.
E muitos deles jamais leram um gibi. Ou seja, fruto da boa divulgação
realizada pela prefeitura da capital mineira.

No dia 7 (sexta-feira), a mesa Quadrinhos e História, com o ilustrador
Nelson Cruz e o quadrinhista Jô Oliveira e comandada pelo roteirista Wellington
Srbek (Estórias
Gerais
) levantou a questão da utilização da arte seqüencial para
contar a História do País, com grande interesse do público.

Mutarelli autografa após sua entrevista
Os presentes receberam uma edição gratuita de Muiraquitã, escrita
por Srbek e desenhada por Laz Muniz, que é parte de um álbum dos autores
ainda à espera de uma editora, e que será mais comentado em breve no Universo
HQ
.

Mais tarde, um inspiradíssimo Lourenço
Mutarelli
arrancou muitas risadas da platéia numa descontraída entrevista
comandada por Carlos Patati. Em seguida, o autor passou algum tempo autografando
suas HQs e romances.

O sábado foi um dia repleto de boas atrações para o público. O problema
é que algumas atividades aconteceram ao mesmo tempo. O italiano Gianfranco
Manfredi
ministrou um concorrido workshop de roteiro - como
as inscrições se esgotaram e havia muitos outros interessados, a organização
permitiu que todos (cerca de 50 pessoas) assistissem à verdadeira aula
que o autor deu sobre como se constrói uma história.

Manfredi
O problema é que quem estava no workshop não conseguiu ver a maior
parte do bom debate Quadrinhos e Internet, com Samuel Casal e os
gêmeos Gabriel Bá e Fabio Moon, mediados por Amauri de Paula, do Quadrinho.com.

Enquanto isso, fanzineiros (de Chuva contra o vento, No Fiofó
todo dia
etc.) e autores independentes, das revistas Quase,
Mosh!, Tarja Preta, Voo Doo e F!, vendiam
(e bem!) seus produtos para quem passasse por perto.

O dia ainda teria as entrevistas com Nelson Cruz, realizada pelo jornalista
de O Estado de Minas, Marcelo Castilho Avellar; e com o autor francês
Frédéric Boilet (do recém-Frédéric Boiletlançado
O
Espinafre de Yukiko
), comandada pelo diretor da Conrad
Editora
, Rogério de Campos.

A última atividade do dia 8 foi o debate Políticas Editoriais de Quadrinhos,
com Rogério de Campos, da Conrad; Douglas Quinta Reis, da Devir
Livraria
; e o jornalista Sílvio Ribas, autor do livro Dicionário
do Morcego
. A mediação foi deste escriba. A participação dos leitores
foi grande, aproveitando para "apertar" os editores e tirar várias dúvidas
sobre suas publicações.

No dia de encerramento do festival, as duas principais atrações foram
a entrevista com Gianfranco Manfredi, conduzida por este jornalista, na
qual ele deu até detalhes esclarecedores de como é seu método de trabalho;
e o debate O Humor Engraçado, com Allan Sieber e Arnaldo Branco,
da revista F!, coordenada por Ed Rodrigues, que foi marcado pelas
gargalhadas do público, em virtude das tiradas dos artistas.

Palestra: O Humor Engraçado com Arnaldo Branco e Allan Sieber

Ao final de mais um Festival Internacional de Quadrinhos
de Belo Horizonte, o saldo foi positivo, mesmo levando-se em conta os
previsíveis problemas de organização (como a não vinda de Ed Campbell
e eventos ocorrendo nos mesmos horários) e de infra-estrutura (ausência
de uma sala de imprensa e impossibilidade de acesso para pessoas em cadeiras
de rodas, por exemplo). A imensa maioria do público gostou do que viu
e os convidados internacionais também aprovaram.

Vista parcial da Casa do Conde

Mas é preciso evoluir, melhorar os pontos falhos e tornar
o evento mais amplo, atingindo outros gêneros de quadrinhos, com exposições
e artistas das áreas de super-heróis, mangás e infantis - não eram poucas
as crianças que estiveram na Casa do Conde procurando por HQs que
lhe atraíssem.

Faltam dois anos para o 5º FIQ, porém para que ele se consolide
definitivamente como o maior evento de quadrinhos da América Latina, é
necessário que comece a ser pensado desde já.

Sidney Gusman entrevista ManfrediManfredi e Julio Schneider ao lado de fãs alogoanosManfredi - WorkshopBoilet entrevistado por Rogério de CamposOs malucos da QuasePalestra HQ e Internet: Gabriel Bá, Samuel Casal, Amauri de Paula e Fábio MoonPalestra HQ e Internet: Gabriel Bá, Samuel Casal, Amauri de Paula e Fábio Moon

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