Inteligentes,
astutos, corajosos, honestos e trabalhadores. É enorme o rol de boas qualidades
dos patinhos trigêmeos da Disney que estrearam nas tiras de jornal
dos Estados Unidos em 17 de outubro de 1937, concebidos por Ted Osborne
e Al Taliaferro.

Para completar, são sempre eles que livram o Pato Donald e o Tio Patinhas
das enrascadas nas quais os dois costumam se meter nas muitas aventuras
em busca de tesouros ou por conta do temperamento explosivo de um e da
avareza do outro.

No
início apenas personagens coadjuvantes que faziam "escada" para os rompantes
de ira do pato com roupa de marinheiro, Huguinho, Zezinho e Luisinho (Huey,
Dewey e Louie, no original) aos poucos se tornaram presença obrigatória
nas histórias da Família Pato. Difícil não sentir a ausência deles quando
Donald ou Tio Patinhas participam de grandes aventuras sem os sobrinhos.

Sua participação nos desenhos animados começou em abril de 1938, em Donald's
Nephews (Os Sobrinhos do Donald), e a partir dali foram mais
de 30 curtas-metragens ao lado do tio, sempre encarnando verdadeiros "pestinhas".

Em 1987, porém, foram protagonistas da série DuckTales:
Os Caçadores de aventuras, deixando para o famoso tio um papel
secundário e participações ocasionais. Também, pudera, o desenho animado
era inspirado nas histórias criadas pelo saudoso quadrinhista Carl Barks,
que deu aos patinhos a reputação de garotos espertos e fez com que eles
conquistassem fãs por muitas gerações.

Foi mesmo nos quadrinhos produzidos pelo Homem dos Patos que Huguinho,
Zezinho e Luisinho cresceram não apenas no gosto popular, mas em suas
personalidades. De criaturinhas incontroláveis a crianças sérias e responsáveis,
eles devem essa mudança, certamente, a sua entrada nos Escoteiros
Mirins, criados por Barks em 1951.

Desde então, sempre acompanhados do indefectível Manual do Escoteiro
Mirim, a poderosa enciclopédia em volume único contendo simplesmente
todos os conhecimentos históricos e gerais de que se tem notícia, Huguinho,
Zezinho e Luisinho protagonizaram histórias escritas e desenhadas por
artistas de muitas nacionalidades, que foram publicadas em diversos países
nos quais não deixaram de fazer sucesso em aventuras cheias de ação, humor,
inteligência e, claro, traquinagens - afinal, apesar de tanta maturidade,
felizmente, eles nunca deixaram de ser crianças.

No
Brasil, estrelaram vários números do gibi Edição Extra, pela Editora
Abril, estampando nos títulos seus nomes ou o dos Escoteiros Mirins,
e no ano passado ganharam um título mensal próprio, Os
Sobrinhos do Donald, já cancelado.

Além de figurar em centenas de histórias criadas por artistas brasileiros,
por aqui os trigêmeos viravam até super-heróis. Eles se revezavam no uniforme
do Zorrinho, o personagem três-em-um criado por Ivan Saidenberg.

Outra curiosidade faz parte da história dos três patinhos nos gibis brasileiros.
Em Pato Donald #1, a revista que marcou a estréia da Abril
no mercado, os filhos de Dumbela (irmã gêmea do Donald) foram batizados
de Nico, Tico e Chico.

Mas não importa com que nomes eles sejam conhecidos pelos brasileiros
ou por fãs de outras partes do mundo. Para o Tio Patinhas, o que vale
é o fato de Huguinho, Zezinho e Luisinho serem os confiáveis herdeiros
de sua fortuna.

E quem ousaria discordar, se Carl Barks também era partidário dessa certeza?