A violência nua e crua da guerra do tráfico retratada em quadrinhos
Fonte: Press Release
Severino trabalhou a vida toda, sempre obedeceu às ordens dos superiores sem discutir. Agora ele tem a sua mercearia, sustenta mulher e filha, é um sujeito de paz. Severino é sangue bom. Genilson sabe de tudo que se passa em cada canto da comunidade. Todo mundo conhece ele na favela. O menino é sangue bom.
Maricéia era irmã do Avelino, mas isso só antigamente, porque ele sumiu no mundo. Ela aceitou Jesus, entrou para a igreja e o pastor a ajudou a se tornar útil. Maricéia é sangue bom. Edileuza, a enfermeira, e mais o Seu Adamastor, Nicanor, são tudo sangue bom.
Aí, começam a rolar as paradas do movimento. Os pessoal que fazia movimento de preto começou a fazer também de branco. E mais e mais de branco. Não que não tivesse antes, morou? Mas o branco ganhou mais destaque, o movimento cresceu legal. O branco corroeu bastante as almas, juntos com os narizes da galera.
Bem, o que é que acontece quando toda essa moçada sangue bom tem a vida escangalhada pela disputa de boca, neguinho querendo descobrir quem é o dono da boca pra passar o rodo? Trabalhador o movimento chama de otário. O que é que faz o otário, quando tem experiência de vida, quando tem iniciativa e quando está com Deus?
Isso é o que você vai descobrir lendo Sangue Bom, (formato 21 x 28 cm, 64 páginas, R$ 14,90), da Opera Graphica, uma história em quadrinhos de aventura e horror, passada numa favela carioca qualquer.
Sangue Bom foi desenhada por Solano López e Allan Alex, e escrita por Patati. É uma abordagem épica da questão dos direitos do cidadão quando o ambiente é de guerra civil constante, por causa da questão da droga.