Preto no Branco (edição especial, formato 23 x 16 cm, 96 páginas, R$ 24,00), novo lançamento da Conrad Editora, traz o humor escrachado de Allan Sieber.

Ainda que o autor já seja figura carimbada no meio das HQs, ele se tornou uma (quase) celebridade com a sua animação em curta-metragem Deus é Pai, que sacudiu o Festival de Gramado de 1999 e ganhou destaque no Brasil e no exterior.

Tudo porque Sieber, um ex-adventista que se masturbava com sentimento de culpa (como já confessou em entrevista), resolveu apimentar "um pouquinho" as relações de Jesus com seu Pai...

Em Preto no Branco, ele manda bala pra todos os lados: seja no deslumbre e afetação de certas figurinhas urbanas, seja na hipocrisia alheia ou no desconcerto de certas situações estúpidas que todos passam algum dia, sobra chumbo (e humor rasgado) pra todos os lados.

Sua desconsideração, às vezes ódio, por tudo e por todos - inclusive por si mesmo - dá o tom nas tiras autobiográficas que compõem boa parte deste livro. Não sobra espaço para lições de moral diante de um humor tão violento e desconcertante.

Atualmente, Sieber continua fazendo sucesso no ramo da animação (e até já dirigiu um filme) com a sua pequena corporação Toscographics, contando já com um punhado de estagiários, como o Oséias, o personagem de suas histórias na Folha de S. Paulo.

"Este livro contém o que há de pior nos seres humanos e isso é a matéria-prima do humor. Contém também o que há de pior no autor e isso é uma das matérias-primas da arte. Se você for o pior dos leitores e agüentar ficar de pé lendo numa livraria, talvez consiga ler o livro inteiro agora mesmo, sem pagar nada! O problema é que você vai perder a chance de mostrar o desenho pra alguém que vai achar engraçado, sabe como é, pode rolar... Melhor comprar o livro", diz Jorge Furtado, diretor de O Homem que Copiava.

Allan Sieber estará no stand da Conrad (Rua D) na Bienal do Livro de São Paulo, no dia 21 de abril (quarta-feira), a partir das 15h, autografando Preto no Branco.