No momento em que lê o livro O Poço e o Pêndulo, de Edgar Alan
Poe, sob a luz do luar e de uma fogueira, Ken Parker é surpreendido e
roubado por um casal de índios. Recolhido pela cavalaria que está à procura
dos dois fugitivos - Cochito é acusado de esfaquear o soldado que tentara
estuprar sua mulher, o herói passa a fazer parte do pelotão de busca.
Quer apenas recuperar sua sela e seus preciosos livros.

Nessa história de amor, Berardi conta as desventuras de
uma jovem índia cujo sonho maior era se entregar ao seu amado de acordo
com as tradições de sua gente: numa tenda nova, cheia de presentes e alimentos,
com cobertores quentes. Mas, agora, com a chegada do homem branco, ela
foge como bicho acuado. Mesmo diante de um rastro de sangue e ódio, Parker
se mantém ao lado do mais fraco. "Não é justo dividir os índios em bons
e maus segundo os nossos princípios e valores. Os deles são diferentes,
como também é diferente seu modo de viver".

Do outro lado, contra esse argumento, as alegações são simplistas e fatalistas.
Diz o capitão da tropa que "a guerra contra os índios é inevitável, como
também é a sua derrota. A história ensina que os povos mais evoluídos
suplantam os mais fracos ou decadentes". Um século depois, o lamento dos
índios ecoa nos quadrinhos de Berardi e Milazzo.

A Mulher de Cochito é o volume 45 da Coleção Ken Parker,
com capa de Ivo Milazzo, argumento de Giancarlo Berardi, roteiro de Maurizio
Mantero e desenhos de Carlo Ambrosini. O título é uma publicação da Editora
Tapejara para o mês de agosto.