Análise das histórias em quadrinhos infantis em nova obra da Marca de Fantasia
História
em quadrinhos infantil - Leitura para crianças e adultos (formato
12 x 18cm, 84 páginas, R$ 12,00), de Roberto Elísio dos Santos, é um lançamento
da editora Marca
de Fantasia.
Os críticos das Histórias em Quadrinhos costumam considerá-las, de forma preconceituosa, como um tipo de literatura infantil que conteria uma visão ingênua do mundo, utilizaria uma linguagem fácil de ser assimilada e seria apenas um material de entretenimento destituído de validade artística.
No entanto, o trabalho de roteiristas e desenhistas de quadrinhos levou ao seu reconhecimento como a Nona Arte. Atualmente, essa forma de comunicação visual impressa ocupa lugares nobres, como os museus, é adaptada para o cinema e para a TV e ganha a atenção de pesquisadores universitários de diversos países.
Quanto à linguagem e ao conteúdo, as histórias em quadrinhos tornaram-se mais complexas e, hoje, atingem leitores de idades e faixas socioculturais as mais diversas. Até as histórias protagonizadas por crianças são dirigidas para um leitor adulto e sofisticado, a exemplo das tiras de Charlie Brown ou de Mafalda.
Primeiro gênero da arte seqüencial impressa, as histórias em quadrinhos infantis (denominada nos Estados Unidos de kid-strips, ou tira de crianças) surgem como histórias ilustradas realizadas por artistas alemães na segunda metade do século XIX, nas quais eram narradas as travessuras de crianças, como Max e Moritz.
Quando os jornais norte-americanos passam a publicar ilustrações e tiras de quadrinhos para atrair os leitores, as histórias estreladas por garotos peraltas alcançaram sucesso de público, inicialmente adulto. Com o lançamento dos suplementos de quadrinhos dominicais publicados em cores, as crianças passaram a ser leitores dessas narrativas seqüenciais impressas, embora algumas, como Little Nemo, apresentassem inovações estéticas e temáticas que só os adultos compreendiam.
Com o tempo, as histórias estreladas por personagens infantis passaram a transitar pelo universo adulto e a tratar de problemas típicos da maturidade. Até hoje, há uma grande produção de histórias e tiras protagonizadas por crianças, feitas tanto para o público infantil como para o adulto, sendo realizadas no Japão, na Europa, nos Estados Unidos, no Brasil e em outros países latino-americanos.
Tudo isto é foco desta nova obra da editora.