Na
versão paulista do 15º Anima Mundi - Festival Internacional de Animação
do Brasil (promovido pelas entidades ABCA - Associação Brasileira
de Cinema de Animação e ABPI-TV - Associação Brasileira dos Produtores
Independentes de TV), que acontecerá nos próximos dias 11 a 15 de
julho no Memorial da América Latina, será realizado o II Anima
Fórum, cujo tema é a produção de desenhos animados para a televisão.

A grande notícia, entretanto, é que na ocasião será anunciado oficialmente
pelo BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
a abertura de uma linha de crédito específica para a produção de desenhos
animados no Brasil.

Esse financiamento fará parte do Procult - Programa de Apoio à Cadeia
Produtiva do Audiovisual, implantado desde o início de 2007 pelo Departamento
de Economia da Cultura do BNDES.

A animação brasileira tem se desenvolvido consideravelmente nos últimos
anos, graças ao apoio do Ministério da Cultura e parcerias de entidades
da área com outros países como França e Canadá. Além disso, diversos profissionais
brasileiros estão se destacando internacionalmente nesse setor, como os
diretores de animação Carlos Saldanha (Era do Gelo 1 e 2)
e Marcelo de Moura (Asterix
e os Vikings).

Nesta nova edição do Anima Mundi, que começou no Rio de Janeiro
no último dia 29 de junho e seguirá até 8 de julho, o crescimento da produção
brasileira pode ser comprovado pelo número de desenhos animados inscritos.
Dos 42 países participantes do festival, o Brasil é o que tem a maior
quantidade de filmes (68 curtas-metragens). É a primeira vez que isso
acontece na história do evento anual.

"Passamos de uma situação na qual não tinha quase nenhum filme brasileiro,
para cerca de 300 enviados nos últimos cinco anos", disse César Coelho,
diretor-geral do festival, em nota divulgada à imprensa. Mas ele mesmo
afirma que essa marca ainda não é satisfatória para consolidar uma indústria
de animação nos mesmos moldes da que existe em outros países. "A publicidade
sempre foi o único mercado de trabalho para o animador no Brasil", completou.

Assim, a linha de crédito do BNDES pode ser o primeiro e crucial
passo para mudar essa realidade.

Enquanto isso, o Anima Mundi 2007 segue apresentando mostras competitivas
de curtas e longas-metragens de filmes infantis; produções feitas por
escolas de animação; desenhos animados sob encomenda (para publicidade
ou videoclipes musicais); entre muitas outras produções, totalizando 368
animações.

Duas mostras retrospectivas marcarão o evento. A primeira é a do estúdio
norte-americano UPA, uma dissidência da Disney que nos anos
1940 revolucionou o mercado de animação e concebeu o míope e impagável
Mister Magoo. A outra é do escocês Norman McLaren (1914-1987), referência
mundial na história dos desenhos animados e consagrado pela técnica de
desenhar direto na película.

O curta Danish Poet, produzido pela norueguesa Torill Kove e vencedor
do Oscar deste ano, também será exibido no Anima Mundi 2007.

Confira a programação completa das edições do Rio de Janeiro e de São
Paulo no site
do festival.