Um dos crimes de maior repercussão nos últimos tempos, em Nova York, Estados
Unidos, teve um significado tão especial quanto triste para os aficionados
por quadrinhos.

Desaparecida na noite do último dia 25 de fevereiro, Imette St. Guillen
foi encontrada morta pouco tempo depois no bairro do Brooklyn. A vítima
estava com uma meia enfiada na boca e sofreu estupro antes de morrer.

O principal suspeito do assassinato se chama Daryl Littlejohn,
41 anos, morador do Queens. Ele foi visto saindo de um bar em companhia
de St. Guillen na noite de seu desaparecimento. Além disso, exames de
DNA concluíram que o sangue encontrado em uma gravata de plástico que
amarrava as mãos da vítima era o do acusado.

As investigações sobre o passado do assassino revelaram constrangedoras
conexões com os quadrinhos. Desde seus 17 anos ele vem praticando crimes
usando identidades falsas de personagens ou artistas das HQs.

Sob o nome de Daryl Banks, famoso desenhista do Lanterna Verde na década
de 1990, por exemplo, Littlejohn cumpriu pena por assalto a mão armada
e posse de drogas. Como Jonathan Blaze, alter ego do primeiro Motoqueiro
Fantasma, foi condenado pelo roubo de um banco.

Em outra condenação por posse de drogas, o criminoso demonstrou o quanto
é fã e conhecedor de HQs: usou a alcunha de John Handsome, invertendo
a seqüência do nome de um obscuro detetive que apareceu nos gibis do Lanterna
Verde em 1943. E a ficha criminal não termina por aí.

A identidade que Littlejohn está usando no momento também pode ser uma
"homenagem". Com seus conhecimentos sobre quadrinhos, é possível que o
nome seja o de algum personagem desconhecido ou há muito esquecido pelo
grande público.

Fica o questionamento sobre a razão pela qual o facínora adota os nomes
de heróis, e não de seus pares vilões dos quadrinhos. Mas isso, só Freud
ou o Dr. Estranho poderiam explicar.