Azzarello e Lee conversam sobre mudanças em Superman
"Querem mesmo a minha visão? Aqui está ela. Não era o que esperavam? E ainda ficaram surpresos?", cutucou.
"Trabalhar com o Batman e Super-Homem não foi minha idéia, me pediram para fazer isso. Se o status quo dos personagens era algo que eles esperavam manter, deveriam ter pedido a outra pessoa", completou.
Azzarello nunca escondeu que não é um fã de super-heróis, e mesmo assim ele está trabalhando em Batman e Superman, títulos de dois personagens que são praticamente sinônimos do gênero. Por isso mesmo, as histórias devem seguir um estilo diferente do que se está acostumado a ver.
Mas não espere que isso volte a se repetir, pelo menos não com freqüência. "Muitos criadores no mercado têm uma afeição verdadeira pelos super-heróis, mas eu não. Então acho melhor me afastar deles e me concentrar no que gosto. Ficarei muito mais satisfeito comigo mesmo no final do dia se gastar meu tempo escrevendo sobre pessoas lutando para se salvarem, do que salvarem o mundo", admitiu.
As vendas de Batman, mesmo que não tenham o mesmo número da fase de Jeph Loeb e Jim Lee, continuam altas com Azzarello e Risso. "Não posso dizer que foi divertido, mas gostei de trabalhar em Batman. Acho que é bastante óbvio que Eduardo adorou. Ele tem uma maravilhosa visão de Gotham City. Acho o personagem um incrível herói trágico, e o mundo no qual vive o lembra todos os dias da tragédia que o inspira", analisou.
"Mas se é um sucesso... número de vendas é uma coisa, mas não significam que um trabalho foi bem-sucedido, pelo menos não da maneira que me sinto bem. As seqüências de Matrix fizeram muito dinheiro, mas as pessoas que assistiram geralmente saíram desapontadas", comparou. "O nosso Batman é criativamente um sucesso? Acho que sim. Mas será o tipo de história em que as pessoas vão querer voltar, ou seja, um verdadeiro sucesso? Me pergunte novamente em cinco anos."
Superman de Brian Azzarello e Jim Lee estréia nos Estados Unidos em abril, a partir do número 204.