Belo Horizonte imortalizada no traço de Miguelanxo Prado
Os apaixonados por futebol dizem que Belo Horizonte é dividida assim: uma metade azul (Cruzeiro) e outra alvinegra (Atlético), com um pouquinho de verde (do América). Mas agora a cidade está sendo retratada em todas as suas cores. E em grande estilo.
A Casa 21, responsável pela curadoria do FIQ, lança, no dia 10 de dezembro, na Casa do Baile (Av. Otacílio Negrão de Lima, 751 - Pampulha - Tel.: 0XX-31-3277-7443), a partir das 19 horas, o belíssimo álbum Belo Horizonte, do espanhol Miguelanxo Prado.
Até 31 de dezembro, o livro (formato 27 x 22 cm, capa dura, 88 páginas coloridas) está à venda pelo site Quadrinho.com pelo preço promocional de R$ 50,00. São 40 pranchas acompanhadas de um texto produzido por Miguelanxo Prado, que esteve em Belo Horizonte em 2001, no 2º Festival Internacional de Quadrinhos. Para produzir o álbum, ele percorreu diversos lugares da cidade, conheceu a produção cultural mineira e até assistiu a uma partida de futebol (Santos 1 x 0 Atlético Mineiro).
Belo Horizonte integra a coleção Cidades Ilustradas, cujo primeiro álbum foi Rio de Janeiro, do francês Jano. O terceiro será Salvador, por Marcello Quintanilha.
Em sua entrevista exclusiva ao Universo HQ, em 2001, Prado falou sobre a diferença entre o seu álbum e o de Jano.
Não são bem quadrinhos! O que Jano fez foram 30 pranchas, 30 cartões postais, e cada um têm uma pequena história. Ele é genial para fazer isso. Em cada imagem, contar uma história. O Rio é uma cidade conhecida em todo o mundo, o Pão de Açúcar, Ipanema, as garotas... são coisas que todos conhecem. E é um bom ponto de partida para mostrar o Rio que nem todos conhecem!
Belo Horizonte não é tão conhecida. Então, tenho que ir apresentando a cidade. Achei que um bom sistema seria utilizar a cidade como o cenário de uma história. Algo simples, porque o espaço é reduzido. Mas durante o decorrer da trama os leitores vão conhecendo a cidade.
No final, vão descobrir que Belo Horizonte não é apenas o cenário, mas sim o personagem principal da história.
O prefácio de Belo Horizonte é de John, do grupo Pato Fu. Confira abaixo as palavras do músico.
Já vou avisando: não sou mineiro de mineiridades. Nem de belorizontismos. No entanto, cá estou, olhando pra estas imagens. Conheço todos estes lugares. É esta a luz, esta a sombra. É esta a cor, estes os cinzas.
O que é preciso pra empacotar tão bem assim o espírito de uma cidade? Olha! É este o guardinha e este o asfalto! Tudo confere ponto a ponto com as imagens arquivadas em minha memória.
Agora pronto, me deu vontade de voltar a todos estes lugares, pra ver se é isso mesmo. Danado, esse galego. Tem certeza de que não nasceu ali na Maternidade Santa Fé?
Miguelanxo Prado, sinta-se em casa!
Agora, além de possuírem o maior evento de HQs do Brasil, os mineiros de Belo Horizonte podem se orgulhar de ter sua cidade imortalizada por um dos maiores quadrinhistas do planeta.