Bienal de São Paulo: um guia para quem gosta de quadrinhos
A Bienal de São Paulo, este ano, conta com ingressos gratuitos, mas tem sido alvo de várias manifestações críticas que apontam que a mostra cedeu à espetaculização em detrimento da arte.
O doutorando, pesquisador de quadrinhos e fanzineiro Gazy Andraus esteve na Bienal e repassou ao Universo HQ um resumo de um texto seu que será editado na íntegra por uma das publicações da editora Marca de Fantasia, da Paraíba.
Assim, os leitores que forem ao Parque Ibirapuera terão uma referência segura do que não deixar de ver, confira:
112 desenhos a lápis em papel A-4, sulfite, dispostos seqüencialmente, sobre a resistência lituana, dos irmãos Gintautas e Mindaugas Lukosaitis, formando uma história em quadrinhos muda, em que cada folha de papel registra uma cena em grafite artístico, num estilo realista;
A dupla Markus Munteau (austríaco) e Adi Rosenblum (israelense) apresenta uma série de cinco pinturas de aproximadamente 2,5 x 2,5 m cada, que - isoladamente - expõem pessoas cujos rostos mostram a falta de perspectiva e alegria. O interessante destes trabalhos é a inserção de um texto narrativo no rodapé de cada quadro, numa remissão aos quadrinhos, que se utilizam deste elemento;
A nova-iorquina Inka Essenhigh comparece com quatro pinturas a óleo sobre tela, e se aproxima bastante das HQs, dos mangás e dos desenhos animados, por seu jogo de movimentação aparente nas figuras. Inka expõe uma narrativa simbólica permeada de surrealismo que causa estranheza pela sua configuração e tons de cores. Outros trabalhos seus (como a imagem que ilustra esta matéria) podem ser encontrados aqui.
Martín Sastra (residente em Madri) através de um vídeo mostra uma nova configuração do mundo em 2792, após a queda de Hollywood, utilizando um misto de desenho animado computadorizado, com hibridização de cenas de filmes como o recente Tróia, cenários kitsch e atuações similares aos animês, com bom humor.