O desenhista inglês Brian Bolland (de Judge Dredd, Camelot 3000 e Piada Mortal) protestou formalmente contra o trabalho do artista plástico Erró, atualmente em exibição no Centro Georges Pompidou, que abriga o Museu Nacional de Arte Moderna, em Paris, na França.

Erró é o pseudônimo do artista plástico pós-modernista islandês, Guðmundur Guðmundsson. Seu trabalho inclui reinterpretações de outras obras, colagens e montagens.

A exposição que criou polêmica com os artistas de quadrinhos, Erró, 50
ans de collages, inclui desenhos de Brian Bolland, Chris Weston, John
Byrne, ente outros, reinterpretadas por Erró. A maioria dos artistas envolvidos
protestou de alguma forma contra o islandês.

Segundo o site Bleeding Cool, Bolland visitou o Centro Georges Pompidou e ficou indignado com o uso do seu trabalho, particularmente com uma imagem copiada sem a sua assinatura da arte de capa de Tank Girl: The Odyssey, que estava exposta num grande painel. Além disso, a versão de Erró estava sendo vendida como gravuras por €600,00 (R$ 1422,00).

Bolland escreveu uma carta aberta para Erró, explicando quem ele era, qual
o seu trabalho, as dificuldades do mercado de quadrinhos e achincalhou o trabalho
e a ética do artista plástico.

Num trecho da carta Bolland escreve: "os artistas de quadrinhos estão acostumados a serem sacaneados por alguns editores, mas por outros artistas?". Bolland acusa o artista de ter saído da área do uso justo das colagens para o plagiarismo.

No final da carta, Brian Bolland "sugere" que uma vez que Erró considera a obra uma recontextualização, que a renda obtida com a venda das gravuras deveria ser recontextualizada da conta de Erró para a conta de Bolland.

O resultado foi que o agente de Erró escreveu uma carta informando a Bolland
que a venda das gravuras foi cancelada e que, das 20 cópias produzidas,
apenas três foram vendidas.

A polêmica atual é muito similar ao que ocorreu na década de 1960, com o trabalho de Roy Lichtenstein envolvendo artistas como Russ Heath e Jack Kirby.