Capitão Cutâneo: super-herói da vida real ou aproveitador?
Eles estão em toda parte. A qualquer momento, um deles é descoberto e passa a interferir no dia-a-dia da sociedade, que se divide entre os que os apóiam e aqueles que os desprezam.
São os mutantes das HQs dos X-Men? Que nada! Os indivíduos em questão são os super-heróis do mundo real.
Um deles está gozando de muito sucesso em East Valley e outras cidades do Arizona, nos Estados Unidos. Virou até astro de programas de entrevistas e matérias de jornal, e já está se projetando em escala nacional.
Trata-se do Capitão Cutâneo, o super-herói protetor da pele. Sua identidade (nada) secreta, o médico dermatologista Dr. Ruskin Lines, criou o personagem a fim de iniciar uma jornada educativa para as crianças, ensinando-as como prevenir o câncer de pele e outros males que podem atingir a cútis.
A iniciativa é louvável, mas, a bem da verdade, Lines é um showman que está lucrando bastante com o Capitão Cutâneo.
Sua estréia aconteceu no último mês de maio, durante o 64º Encontro Anual da Academia Americana de Dermatologia. Na ocasião, o "super-herói" fez uma apresentação musical, empunhando uma guitarra e tocando o rockSave Our Skins (Salve Nossa Pele), de sua autoria, acompanhado da intrépida banda Patrulha da Radiação Ultravioleta.
De lá para cá, o dermatologista viu aumentar seu número de atendimentos a pacientes e de apresentações especiais em eventos públicos.
O pretenso herói também criou um site no qual está vendendo camisas moleton com a estampa do seu personagem e a primeira edição do gibi Captain Cutaneum.
Na HQ, o super-herói enfrenta vilões que levam o nome de doenças da pele, como Lentigo, Melasma, Rosácea, Melanoma e outros. Quem escreveu e desenhou a história foi o próprio Dr. Ruskin Lines, com a ajuda de seus filhos no argumento e na colorização.
Ao contrário de outros malucos ou galhofeiros, mundo afora, que vestiram fantasias de inusitados super-heróis e ganharam apenas gargalhadas de desdém ou de aprovação, o agora célebre dermatologista parece que vai continuar angariando muito mais do que vídeos e recortes de jornal com seu nome e seus "feitos" para mostrar aos netos.