Cartunistas dinamarqueses estão com cabeça a prêmio
Há
cerca de dois meses, o UHQ divulgou
a noticia sobre a polêmica causada pelo jornal dinamarquês Jyllands-Posten,
que publicou 12 ilustrações que retratavam Maomé de acordo com a visão
dos cartunistas. Como o Islã proíbe qualquer tipo de descrição de seu
profeta, os desenhos despertaram a ira dos fundamentalistas islâmicos.
Na época, os fanáticos religiosos disseram que "os muçulmanos nunca irão
aceitar esse tipo de humilhação". Agora, já se sabe do que estavam falando.
Na última sexta-feira, o grupo islâmico Jamaate, do Paquistão, divulgou a oferta de um prêmio de DKK 50.000 (7.000 euros) pela cabeça do cartunista que fez as ilustrações profanas. Mesmo mal-informados (pois os desenhos foram feitos por doze ilustradores diferentes, e não apenas por um) esses fundamentalistas parecem dispostos a ir às últimas conseqüências.
Tanto que o Ministério das Relações Exteriores da Dinamarca está advertindo a população sobre o risco de violência a quem visitar o Paquistão. Bent Wigotski, embaixador dinamarquês naquele país, disse que a situação é séria. "Eles (os fundamentalistas) querem apenas os cartunistas, mas, como não conseguem localizá-los, podem fazer outros dinamarqueses de bode expiatório", afirmou Wigotsk, que diz estar recebendo cartas com ameaças de morte.
Alguns observadores internacionais acreditam que as reações negativas a esses desenhos, publicados em setembro, podem ter sido um dos estopins para os recentes violentos protestos de jovens muçulmanos na França, que durante três semanas (entre outubro e novembro) disseminaram o caos nas ruas de Paris e de outras cidades.
A vida dos cartunistas parece mesmo estar nas mãos de Alá.