Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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Chalaça: trama nacional em álbum da Conrad Editora

12 julho 2005

Chalaça, o amigo do imperadorAs
aventuras de Chalaça, o amigo do imperador, podem ser conferidas num álbum
em quadrinhos, com lançamento para este mês de julho.
Baseada em fatos históricos, a obra faz um mergulho no tempo em que a família real viveu em terras tupiniquins, no início do século XIX. Com uma pitada do humor carioca de André Diniz (A Classe Média Agradece, Subversivos) e ilustrações do paranaense Antonio Eder (Manticore, O Gralha), tem-se uma aula sobre história do Brasil com toques fictícios.

Mas, para que Chalaça se tornasse amigo do imperador, foi preciso atravessar mares, trilhar montanhas, além de contar com a sorte para escapar das diversas situações de perigo.

Na mesma manhã em que a família real se preparava no porto de Lisboa para fugir para o Brasil, em março de 1808, Francisco Gomes da Silva, o Chalaça, fugia do Exército Francês que o condenou, como espião, a morte. Após escapar de forma espetacular de um fuzilamento, ele se misturou as embarcações de D. João VI e sua corte e seguiu rumo ao país tupiniquim.

O rapaz, que em Portugal estava prestes a se tornar um sacerdote, navegou por outros mares e acabou se tornando o amigo favorito de Dom Pedro. Apesar do ofício de dentista e sangrador (aplicando bichas - sanguessugas com fins medicinais), graças a sua excelente caligrafia e ao que aprendeu no seminário, freqüentava a corte e recebia vantagens em troca de seus "serviços reservados" prestados a Dom Pedro.

A verdade é que o filho adotivo do ourives Antonio Gomes, arregimentava mulheres para Dom Pedro, sempre fazendo "uso" das damas antes de passar a vez ao imperador. Até onde se sabe, a mais importante de todas as mulheres na vida de D. Pedro é Domitila de Castro, que mais tarde receberia o título de Marquesa de Santos. É fato histórico que Domitila e o imperador tiveram um tórrido romance. Mas alguns historiadores, como Cipriano Barata, acreditam que Domitila também era amante de Chalaça e que ambos estavam mancomunados para extrair de Dom Pedro o máximo possível de dinheiro.

Apesar de nunca ter agido às claras, sabe-se que é longa a lista de feitos do filho bastardo do Visconde de Vila Nova: ele teria sido um dos incentivadores da Independência e o primeiro a compartilhar a intenção de D. Pedro em proclamá-la; foi "ghost writer" do imperador escrevendo discursos, textos para jornais e até mesmo artigos inteiros da Constituição de 1824; organizou uma espécie de ministério paralelo que influenciava importantes decisões do Império.

Por conta de seu perfil alcoviteiro e oportunista, era tido como responsável pela preservação no poder do Partido Português. Por conta disso, ganhou muitos inimigos e acabou sendo afastado do Brasil. Na Europa, continua a servir Dom Pedro até sua morte, em 1834. Quatro anos depois, casou-se em segredo, em Berlim (Alemanha), com a viúva do imperador, Dona Amélia.

Morreu em 1852, em Lisboa, deixando uma fortuna a seus filhos legítimos e ilegítimos. Um de seus filhos e biógrafo registrou as últimas palavras do pai: "Padre José, eu amei demais as mulheres e o dinheiro...".

Chalaça, o amigo do Imperador (formato 16 x 23 cm, 88 páginas, R$ 25,00)é uma publicação da Conrad Editora.

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