Chuck Austen alça vôo como novo escritor de Action Comics
Chuck Austen vive uma fase privilegiada na sua curta carreira. Escreve uma das séries mais populares do mercado americana, Uncanny X-Men, e está se preparando para assumir a revista mensal dos Vingadores. Além disso, ele foi escolhido pela DC Comics para se tornar o novo escritor de Action Comics, numa reformulação que a editora prepara para o Super-Homem.
O autor trabalhará justamente na revista em que o Homem de Aço fez a sua primeira aparição, em 1938. Uma responsabilidade que resolveu assumir com a ajuda do desenhista brasileiro Ivan Reis.
"Ele é o original. O ícone. O primeiro super-herói. Em muitos aspectos, é o único super-herói. Coloquei uma piada num dos roteiros que escrevi, na qual Lois está conversando com uma amiga sobre como um filme se parece com a 'história' do Super-Homem. E elas estão falando sobre o Homem-Aranha. Todos esses personagens devem a sua existência ao Super. Sem ele, não haveria indústria, para o bem ou para o mal", disse.
"Tenho apenas um autógrafo que emoldurei. Apenas um, e é do Jerry Siegel num sketch do personagem. Tenho muito orgulho disso", revela.
Austen chegou a escrever duas histórias do Homem de Aço no ano passado, mas, dessa vez, ficará no título regularmente. O convite foi do editor Eddie Berganza. "Ele me pediu muitas vezes. Eu dizia não, e ele insistia. O problema não era financeiro, mas sim que eu não poderia fazer mudanças fundamentais no personagem para fazê-lo mais interessante para mim", explicou.
Mas isso mudou quando a DC resolveu investir pesado no herói, contratando ainda Eddie Berganza, Jim Lee e Greg Rucka. "As vendas são menos importantes para a editora do que manter o seu status quo, e isso pode prejudicar as histórias. Não se pode fazer nada para surpreender as pessoas, porque muita gente gasta seu dinheiro com a franquia fora dos quadrinhos", analisa. "Mas eles ficaram entusiasmados com nossas idéias, e nos deixarão cuidar das aventuras."
O escritor nunca foi fã do Super-Homem, e para se preparar para o novo trabalho leu várias revistas. "Li toneladas de histórias, e a única coisa que realmente me prendeu foram as aventuras originais de Siegel e Shuster. Brilhantes no seu charme e simplicidade. Adorei", continua. "Ele tinha senso de humor, era divertido, charmoso e violava os direitos civis a torto e a direito. Não era um escoteiro. Ele segurava o bandido e o assustava até conseguir a informação que queria. Era ótimo, incrivelmente divertido."
E é esse o Super-Homem que ele pretende mostrar em Action Comics. Além disso, Clark Kent também passará por mudanças, deixando de ser o repórter premiado e reconhecido retratado atualmente.
"Não vejo Clark como um alienígena. Ele é um garoto do interior com incríveis poderes. Todo esse lance extraterrestre é uma desculpa para lhe dar poderes", decretou.
O primeiro arco de histórias do autor dará o tom da série, mas ele não quis revelar muito, já que ainda faltam sete meses para sua primeira revista chegar às comic shops americanas. "Já falei demais. Deixe-me apenas afirmar que o Super-Homem sangrará, falhará, perderá o emprego e se deparará com dois grandes desafios: um físico e outro emocional."
"Ele enfrentará tudo isso com charme, senso de humor e presença marcante. As pessoas irão gostar desse cara, irão admirá-lo. Ele não será o escoteiro de quem outros heróis do Universo DC tiram sarro. E tudo isso na primeira edição", avisou.
E Austen prepara ainda muita tensão ao reintroduzir Lana Lang nas histórias. "Ela está de volta, e não é mais casada. Ela se apaixonou por Clark pelo que ele realmente é, antes de descobrir sobre seus poderes", encerrou.