Confins do Universo 219 - Histórias de Editor # 7: É o Lobo! É o Lobo!
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Cinco caminhos para explorar e conhecer o gigante universo dos quadrinhos

6 fevereiro 2025

Para novatos e veteranos, o mundo dos quadrinhos é um manancial sem fim de criações interessantes. Por um lado, mais de um século de intensa produção pelos quatro cantos da Terra entreteve e educou várias gerações e elevou as HQs ao status de Nona Arte. Por outro, identificar o que realmente vale a pena e ilumina nesse gigantesco universo no seu tempo livre pode ser tão difícil quanto se mover num lamaçal...

Os cinco caminhos descritos a seguir não estão longe de esgotar a dúvida de como trilhar uma jornada de conhecimento da arte sequencial, pois se trata de um caminho único e muito pessoal. Porém, certamente vão ajudar a poupar tempo e talvez dinheiro nessa empreitada.

Definir gêneros e conhecer o básico

Histórias em quadrinhos são muito mais do que revistas de super-heróis. Isso pode não parecer tão óbvio para muita gente num mundo em que os personagens heroicos brilham no cinema e nos videogames com grande sucesso mundial.

No entanto, há HQs de variados gêneros, como policial, romântico, erótico, suspense, humor, terror, aventura, ficção científica e até documental. Para iniciantes nas leituras, um bom começo é iniciar a exploração por um gênero, identificar os principais autores nessa divisão e ver o que está disponível para leitura.

Buscar referências de influências em entrevistas com grandes autores ou consultar livros mais teóricos e abrangentes sobre a história dos quadrinhos, como Quadrinhos – História Moderna de uma Arte Global, pode ser um ótimo ponto de partida para escolher quais portas abrir primeiro nessa jornada.

Identificar editoras do seu gosto

São notórias as iniciativas de edições inéditas ou republicações em capa dura promovidas por editoras nos últimos anos no país. Figura, Pipoca & Nanquim e Comix Zone são apenas algumas das várias casas editoriais responsáveis por um tratamento reverente a autores e títulos, com impressões de alta qualidade.

Assim, um caminho natural para se atualizar e explorar lançamentos de quadrinhos no Brasil é identificar as editoras que publicam materiais mais próximos do seu gosto e segui-las nas redes sociais.

Os perfis são bastante variados e costumam prezar por uma comunicação direta com os consumidores, o que ajuda a entender qual publica material potencialmente mais interessante. Por vezes, as editoras se associam entre si ou com selos independentes em publicações conjuntas, o que aumenta o potencial de conhecer novidades interessantes.

Algumas dessas editoras e selos operam por meio do financiamento coletivo, em plataformas como Catarse, o que é um incentivo para consultar, adicionalmente, esses sites colaborativos periodicamente. Por lá, aliás, também é possível tomar contato com autores que se autopublicam.

 

Hubs virtuais de publicação

Mesmo com o enorme esforço de publicação de autores e editoras em território nacional, muita coisa simplesmente não chega – e nem chegará – à forma impressa no Brasil. Felizmente, as plataformas de publicações digitais são cada vez mais acessíveis.

 

 

 

Vale a pena consultar essas listas de plataformas para leitura de HQs brasileiras online, mas também outros sites que permitem que você conheça autores e editoras estrangeiros de portes variados. A possibilidade de filtragem por gênero, mencionada acima, é bastante facilitada em alguns desses sites, o que torna a busca mais eficaz.

Algumas dessas plataformas funcionam com base em geolocalização. Para manter-se sempre atualizado a publicações de outros países, é recomendável aprender como usar uma VPN para se posicionar virtualmente mais próximo a esses locais.

A VPN se conecta a servidores localizados em outros países, portanto alterando sua localização virtual para mais próximo de autores estrangeiros de maneira mais simples e rápida. Essa ferramenta também pode burlar certas restrições de geolocalizações que eventualmente se imponham online.

O “filtro” da loja local

É tristemente conhecida a informação de que a leitura é uma prática marginalizada no Brasil. A recente pesquisa Retratos da Leitura no Brasil registrou que somente 27% dos entrevistados leu um livro inteiro num espaço de três meses antes da sondagem – e esse tipo de estatística nefasta se reflete na escassez de livrarias e bancas de jornal pelo país.

Dito isso, identificar a presença de uma loja de quadrinhos próxima pode ser fundamental para conhecer criações clássicas das HQs ou, principalmente, se atualizar com os últimos lançamentos.

Mais do que isso: frequentar um espaço e conversar com quem trabalha e visita o local pode abrir portas a novas descobertas – seja de clássicos ainda não lidos ou de HQs independentes e materiais de menor expressão, mas não menos interesse.

Nesses espaços, também podem acontecer lançamentos e eventos com a presença de autores, o que permite obter não só mais conhecimento sobre as criações, mas também ampliar sua abrangência nos quadrinhos.

Comparáveis às lojas locais, as bibliotecas públicas às vezes não recebem a devida atenção como pontos de leitura de HQs. Por mais improvável que seja a presença de boas obras em algumas delas, uma busca em seu acervo pode revelar boas surpresas.

Convenções e feiras de quadrinhos

Embora a CCXP seja, de longe, o mais conhecido e disputado ponto de encontro de artistas e leitores e fãs, ela não é o único evento do gênero. A exemplo dos lançamentos que acontecem em lojas de HQs, algumas editoras por vezes organizam eventos coletivos de venda que podem ser ótimos para conhecer produções interessantes.

Algumas dessas feiras contam até com algum tipo de estímulo ou apoio cultural do poder público, o que permite que tenham uma realização periódica mais constante e se tornem mais conhecidas, casos do FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos, de Belo Horizonte e da Bienal de Quadrinhos, de Curitiba. Assim como os lançamentos de editoras, esses eventos são bastante noticiados nas redes sociais, em perfis jornalísticos, de editoras e de autores independentes.

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