Cinquenta números de J. Kendall - Aventuras de uma Criminóloga
A
Mythos Editora
atingiu neste mês de janeiro uma marca que merece ser comemorada: 50 edições
da revista em quadrinhos J. Kendall - Aventuras de uma Criminóloga.
Anunciado em
2004 pela editora, o título saiu originalmente no Brasil como Júlia,
porém, devido a problemas
com a Editora Nova Cultural, a qual detinha os direitos deste
nome, mudou para J. Kendall - Aventuras de uma Criminóloga, a partir
da edição #5.
Mas, desde o início, uma coisa era certa: com roteiros do ótimo Giancarlo
Berardi - responsável pelo quadrinho cult de faroeste Ken
Parker, a expectativa era por histórias de qualidade. E foi o
que ocorreu.
Com um time diverso de bons desenhistas, a série apresenta as histórias
de Júlia, professora de criminologia que colabora com a polícia da cidade
de Garden City. O visual da personagem é baseado na atriz Audrey Hepburn.
As tramas, narradas em estilo cinematográfico, alternam a leitura do diário
de Júlia, nas quais o leitor acompanha o que passa na cabeça da criminóloga,
com a história em si. Personagens secundários carismáticos completam a
aventura policial.
Além disso, é leitura indicada para ambos os sexos - confira o motivo
nas palavras do próprio criador, Berardi, em entrevista
ao Universo HQ: "Não escrevo sobre uma heroína, mas sobre
uma mulher de hoje, inteligente, sensível, bem-sucedida profissionalmente,
intuitiva, independente. Uma mulher normal. E como o que me interessa
é contar a vida...".
Quanto ao título em si, nem tudo é perfeito, já que o preço, o formato
e a qualidade do papel não agradam a todos. Mas, face aos problemas do
caótico mercado nacional de quadrinhos, fica o mérito da Mythos
em manter nas bancas essa diferenciada série mensal para adultos criada
originalmente na Itália, pela Sergio Bonelli Editore (Tex, Zagor
e Mágico Vento são os outros títulos publicados atualmente no Brasil).
Também foram publicadas quatro edições especiais, passadas quando a personagem
ainda estava cursando a universidade, acompanhadas de matérias sobre filmes
e séries policiais.
Por fim, vale lembrar que, embora mensal, as tramas são fechadas, e não
é preciso conhecimento prévio da saga para a leitura de cada edição, que
conta sempre com um simpático editorial comentando detalhes das aventuras,
frequentemente sobre referências musicais, literárias ou cinematográficas
presentes nas histórias.
No número #50, um acidente leva à descoberta de um corpo no fundo
de um rio, sem seus órgãos internos, removidos cirurgicamente. Uma complexa
teia de acontecimentos leva Júlia cada vez mais perto dos culpados, e
a correr grande perigo.