Comic shops dos Estados Unidos contra as capas variantes
Quando
X-Men #1 (Volume 2) foi lançado nos Estados Unidos, em 1991, uma
novidade surgiu para se tornar tradição no mercado de quadrinhos norte-americanos:
as capas variantes de um mesmo gibi.
Até agora usado à exaustão pelas editoras daquele país, o artifício vinha
agradando aos colecionadores e ajudando no incremento das vendas de revistas
em quadrinhos nos Estados Unidos.
Mas parece que a história não é tão feliz assim. Pela primeira vez, uma
reação oficial contra as capas variantes aconteceu nos Estados Unidos.
No
último dia 17 de julho, a entidade ComicsPRO, que agrega centenas
de Comic Shops e as auxilia com serviços advocatícios ou promoção
de ações de desenvolvimento de mercado, enviou uma carta de protesto às
editoras - e aberta ao público - sobre os prejuízos que a variação de
capas vem causando nas gibiterias.
A
missiva expõe que, com a opção de escolha, em vez de comprar as versões
à disposição para colecionar, os leitores estão preferindo adquirir a
HQ com a capa que mais lhes agrada. Assim, em muitos casos, uma versão
é totalmente vendida e a outra encalha.
Os varejistas reclamam que, no método atual de distribuição de revistas
em quadrinhos com capas variantes, as Comic Shops não podem escolher
a quantidade que desejam de exemplares de uma e de outra versão, ou mesmo
recusar alguma delas, pois todas têm o mesmo código de barras e o rateio
é feito de acordo com critérios exclusivos das editoras.
Em outras palavras, a ComicsPRO requereu a todas a editoras que
os gibis com capas variantes sejam registrados como edições distintas,
com diferentes códigos de barra, e, assim, permitam às Comic Shops
a escolha de quantidades conforme suas necessidades ou até mesmo a opção
de recusar a solicitação de uma das variações. O mesmo valeria para as
reimpressões, que costumam ter capas modificadas.
"Um código de barra diferente para cada edição variante permite um cálculo
mais preciso das vendas", diz um trecho da carta da ComicsPRO.
Segundo a entidade, a prática de capas variantes, da forma como acontece,
é nociva ao histórico de vendas e mascara as informações necessárias para
solicitações de reimpressão ou mesmo de outras edições de um determinado
título.
Até o fechamento desta nota, nenhuma editora norte-americana havia se
pronunciado oficialmente sobre o assunto.