Uma bela surpresa, que não era aguardada nem pelos próprios organizadores,
ajudou a garantir o público do primeiro grande evento do mundo dos otakus
em São Paulo, este ano, o Anime Dreams. A maior rede de televisão
do Brasil deu matérias na noite do primeiro dia do encontro (sexta-feira,
dia 20) e no sábado, em telejornais de veiculação nacional (Jornal
Nacional e Hoje), mostrando a capacidade de articulação dos
organizadores, e a relevância, para outros meios de comunicação, de eventos
como este.

A presença do festival em veículos de importância é um reforço ao esforço
de todos que fizeram o festival, especialmente porque, salvo algum imprevisto,
primaram em dar atenção aos detalhes.

Os fanzineiros presentes ao Fanzine Expo, cerca de 20, tiveram
um tratamento para lá de personalizado. Além de destaque no mapa geral
do Anime Dreams, cuidados extras foram providenciados. Além dos
tradicionais displayers, cada um teve direito a um cartaz de grandes dimensões
para divulgar seu fanzine, e o acompanhamento de Fabrizio Yamai, ele próprio,
mangaká e ex-fanzineiro; uma de suas histórias que teve maior visibilidade
foi MP Code A, uma bela paródia à estrutura dos mangás, publicada
no fanzine coletivo Break
the Hand #0. Vários dos fanzines que estavam na mostra (confira
a
lista), estão sendo resenhados por Tiago dos Santos Souza, autor do
zine Caos.

Como lançamento editorial, sem dúvida, o grande ponto foi para a Conrad,
que deu início à campanha de veiculação do lançamento daquele que tem
tudo para ser um dos mangás do ano, no Brasil: o Buda, de Osamu
Tezuka, que é a biografia romanceada do pai dos mangás de Siddharta Gautama,
o Buda, em sua infância. Criado em 1972, o mangá foi um dos vencedores
de 2004 do Eisner Awards, nos EUA, entre muitos outros prêmios.

A JBC também marcou presença e lançou um novo mangá
no evento: o primeiro volume da coleção Yu Yu Hakusho Anime Comics.

Na tarde do sábado, dia 21, houve tarde de autógrafos com quadrinhistas
nacionais, em bela dose dupla. Sam Hart e Sandro Castelli estiveram assinando
exemplares da Front
#15 a preço de lançamento (R$ 14,00) e da revista Kaos.
Quem deu este presente aos visitantes do Anime Dreams foi a ABRA
Santa Cruz, que manteve um estande próprio, bem na entrada da
feira, e que realizou várias outras atividades, como oficinas (confira
aqui).

Além da JBC e da Conrad, a Comix e a Devir
também montaram grandes estandes no Anime Dreams, e levaram muito
material de qualidade que extrapolou, bastante, o universo dos mangás.

Um outro ponto de criação da arte do traço ficou por conta da AreaE
- Escola de Mangás, que levou vários integrantes para realizar,
ao vivo, nigao-ês, caricaturas seguindo o estilo de mangás, como
a que foi feita pelo Rodrigo, de Tiago dos Santos Souza e Marko Ajdaric,
que ilustra esta nota.

Um belo festival para começar o ano e incentivar o sucesso de muitos outros
pelo Brasil. Pena ter que assinalar que uma festa de paz tão bonita como
esta, em nosso país, só é possível com ingressos pagos. E não por culpa
de quem faz festivais nem dos meninos da periferia que não tiveram os
10 reais (mais o transporte) para estar lá...