Como foi o segundo dia do FIQ
O
segundo dia do 4º Festival Internacional de Quadrinhos de Belo
Horizonte começou com o interessante debate Quadrinhos e Educação,
com o professor Waldomiro Vergueiro, da USP, e os artistas Antonio
Éder (O Gralha) e João Marcos (Mendelévio). O público participou
bastante, questionando como as HQs devem ser utilizadas em salas de aula
e, principalmente, como quebrar o preconceito com que muitos ainda encaram
a arte seqüencial.
As
exposições têm atraído um bom número de pessoas. No entanto, falta uma
de quadrinhos de maior apelo popular, como de super-heróis ou mangás,
algo com que os leitores se identificassem mais. É extremamente válido
exibir trabalhos de autores não publicados por aqui, para que se possa
conhecê-los, mas o evento sairia ganhando se houvesse essa diversificação.
As mostras que mais chamam a atenção são Auto-retrato: Lourenço Mutarelli,
com 110 obras que fazem um passeio por toda a carreira do autor; A
Arte de Andréa Pazienza, com originais e fotos da passagem pelo Brasil
desse revolucionário artista italiano morto em 1988, por uma overdose;
Mágico Vento, que exibe 40 painéis com reproduções de páginas e
capas desse excelente fumetto escrito por Gianfranco
Manfredi; e Atelier dês Vosges, com 74 trabalhos de quadrinhistas
franceses da nova geração. Com esta última, a organização do FIQ
teve um cuidado especial e louvável: todas as histórias estão traduzidas,
o que, claro, permite aos presentes apreciar não só a arte, mas também
os roteiros.
Também merecem destaque as exposições sobre os dez anos
da revista independente Graffiti; a Ilustra Brasil 2, com
várias feras do traço que integram a Sociedade dos Ilustradores do
Brasil; a Quadrinhos na Imprensa de Minas Gerais; e as dedicadas
ao norte-americano Gary Panter (que tinha como grave falha a ausência
de um texto de apresentação) e ao francês Philippe Squarzoni.
Além disso, oficinas de quadrinhos em sala de aula, mangás, iniciação
às HQs e outras atividades estão sendo realizadas diariamente.
No final do dia, Panter foi entrevistado por Renato Alarcão e falou de
sua carreira quadrinhista e ilustrador e de seu trabalho ao lado de Art
Spiegelman, o autor de Maus,
na revista Raw, entre outras coisas.
Da sexta-feira a domingo a presença de público deve ser muito maior, pois
houve um grande investimento da prefeitura de Belo Horizonte em divulgação.
Nesses dias acontecerão ainda vários lançamentos, que serão comentados
no Universo na próxima segunda-feira, na terceira e última reportagem
sobre o FIQ.
Para saber como foi o primeiro dia do 4º Festival Internacional de
Quadrinhos de Belo Horizonte, clique
aqui.