Companhia das Letras lança terceiro volume de Persépolis
No
último quadrinho de Persépolis #2, Marjane Satrapi, aos catorze
anos, embarca para o exílio na Áustria, fugindo da violência política
e religiosa em que o Irã estava mergulhado. Agora, o terceiro volume de
Persépolis (formato 16,5 x 24,5 cm, 96 páginas, R$ 29,00) narra
as grandes transformações da adolescência - no caso de Marjane, muito
mais radicais, pois ela as viveu sozinha, num país ocidental, obrigada
a refazer todas as suas relações afetivas.
Vista como uma estranha na escola, Marjane acaba ficando amiga de outras pessoas "fora do lugar" como ela: Momo, o punk da turma; Julie, que aos dezesseis anos já tinha transado com dezoito rapazes; dois órfãos; os oito homossexuais que moravam com ela numa república.
Entre a negação de suas origens e a auto-afirmação, ela tem sua primeira grande relação amorosa, fuma maconha até quase virar um legume, começa a trabalhar, aprende a lidar com as saudades e com seu próprio corpo, entre muitas outras experiências. Para se integrar, como dizia sua avó, era preciso manter a própria integridade: essa é a questão que atravessa Persépolis 3.
Marjane Satrapi nasceu em Rasht, no Irã, em 1969. Aos dez anos de idade, assistiu à Revolução Islâmica, que conduziu os radicais ao poder e mergulhou o país num longo período de intolerância. Persépolis teve os direitos de publicação vendidos para quase vinte países, tornou-se um best-seller na Europa e nos Estados Unidos, e ganhou o prêmio de melhor história em quadrinhos da Feira de Frankfurt de 2004.
A obra é uma publicação da Companhia das Letras, que deve editar o quarto volume da série ainda este ano.