Conheça o primeiro festival de quadrinhos de Dijon
A
cidade - e a região - de Dijon,
capital francesa e mundial da mostarda de boa qualidade, finalmente teve
seu 1º festival de quadrinhos.
Trata-se do Faut
pas m'en BD, que ocupou quatro espaços da cidade neste final de
semana (de 5 até 7 de novembro).
Não por caso, a entidade que realizou o evento se chama Association
pour la Création d'un Festival de Bande Dessinée (Associação pela
Criação de um Festival de Quadrinhos, ou ACF BD).
Apesar de se apresentar como um festival "generalista" e voltado ao grande
público, os organizadores privilegiaram o aspecto do debate e dos eventos
fechados, apostando numa programação que ampliasse o nome do festival
até a sua consolidação.
Nesta primeira edição, a abertura se deu com a exibição de três filmes
da fera eslovena dos quadrinhos, Enki Bilal.
No segundo e terceiro dias, houve encontro com autores, feira de álbuns
e exposição dedicada ao tailandês Navin Rawanchaikul, que também é um
exímio artista plástico que tem seu trabalho respeitado não só na Europa
como também no Japão, inclusive pela originalidade de mesclar as duas
artes.
Entre os autores presentes, Jean-Louis Mennetrier, ele próprio um dijonois,
ligado a casa Dupuis e autor da série Pipo, Christophe Alves,
que teve o apoio de Rodolphe para até se firmar com a série de ficção
científica Dusty Dawn; Vincent Bailly, desenhista de Angus Powderhill
(pela Humanoïdes Associés) e Le Cœur de Sang (pela Delcourt),
Jean-Michel Thiriet, que desenha e cria roteiros para a Fluide Glacial;
Edmond Baudouin, desenhista e roteirista ligado à Dupuis, que tem
mais sucesso no Japão que na França, e pela desenhista Céline Wagner,
colega de Baudouin na Dupuis na realização de Les Yeux dans
le Mur. A dupla já conseguiu com o álbum ter uma boa aceitação também
na Holanda. Confira
aqui um pouco deste trabalho.
O festival foi encerrado por quatro músicos jovens de jazz da região.
Os ingressos tiveram o preço de três euros por dia, e a visitação deve
ter sido boa, não só pelo ineditismo do festival mas também por que a
cidade está sediando um enorme evento gastronômico, o International
Gastronomy Fair, que termina no dia 11.
Como se vê, um festival que optou pela consolidação numa primeira edição
e que contou com um apoio muito discreto do governo local, mas que mostrou
coerência de quem quer começar bem. Neste ano, a divulgação fora da cidade
se deu basicamente pelos jornais virtuais e zines de gente que sempre
está com os quadrinhos.