Countdown é fracasso de crítica e público nos Estados Unidos
O
sucesso alcançado pela maxissérie 52 levou a DC Comics a
apostar, imediatamente, em outro título semanal com mais uma grande saga
que, como virou praxe naquela editora - e em sua maior concorrente, a
Marvel -, levará a novos eventos que mudarão "definitivamente"
seu universo de super-heróis: Countdown.
Embora Dan Didio (editor executivo da DC) esteja se esforçando
em alardear que está satisfeito com os rumos da nova maxissérie, a crítica
especializada dos Estados Unidos não tem poupado adjetivos para afirmar
que a qualidade das aventuras da saga é de ruim a pior.
"Countdown é o maior equívoco cometido pela DC em
dez anos ou mais", disse Andrew Hickey, que desistiu de atualizar seu
blog dedicado à série, depois que a edição 42 foi lançada.
Os leitores não param de exprimir suas reações negativas. "Countdown
é uma droga!", "Oh, meu Deus, como isso é ruim!", são alguns dos comentários
que podem ser encontrados em fóruns de discussão e blogs norte-americanos.
As histórias fracas, estreladas por, principalmente, personagens de segundo
escalão, ajudam a explicar o insucesso da saga, mas a insistência das
duas maiores editoras de quadrinhos dos Estados Unidos em abusar de sucessivos
grandes eventos em seus gibis também tem, de acordo com muitos críticos,
uma parcela significativa de culpa no afastamento dos leitores.
Dessa forma, o mercado já estaria dando sinais de que anda saturado com
essa prática que, antes aceita como uma salvação para as editoras, agora
parece se voltar contra uma delas com toda a força.
O reflexo disso, como não poderia deixar de ser, veio na forma de queda
nas vendas da maxissérie. O primeiro número, que chegou às comic shops
em maio deste ano, não alcançou a marca dos cem mil exemplares vendidos.
É algo preocupante, tanto na DC quanto na Marvel, quando
se trata de edições de estréia.
E, ironicamente, tal e qual uma contagem regressiva, a
partir do lançamento toda edição tem vendido menos que a anterior, e os
últimos resultados apontam que, a julgar pela média de vendas, em duas
ou três semanas Countdown chegará às mãos de apenas 60 mil leitores
- até atingir, sabe-se lá, patamares ainda mais baixos.
Graeme McMillan, do site The Savage Critics!, fez um questionamento
que resume bastante o que pensam os leitores norte-americanos sobre a
série semanal da DC: "Quem quer ler aquilo?".
Por essas e outras, é fácil entender por que a piada corrente (e evidentemente
exagerada) entre os fãs de quadrinhos de super-heróis nos Estados Unidos
é que a saga tem esse nome por se tratar de uma contagem regressiva ("countdown")
para o fim da DC Comics.