Dan Coooper já voa há 50 anos
O
piloto de mais longa carreira da Banda Desenhada, Dan Cooper, criação
de Albert Weinberg, apareceu em 17 de novembro de 1954, no semanário belga
Tintin, no qual foi publicado regularmente até 1978. A primeira
história, Le Triangle Bleu, saiu em Portugal sob o título de O
Triângulo Azul nos anos 1970.
As Edições du Lombard publicaram uma página
eletrônica especial pelo cinqüentenário, na qual quem lê francês pode
encontrar inclusive uma entrevista com o autor, mas, para quem não fala,
há uma belíssima atração: o especial apresenta fichas com reproduções
de pranchas de 12 volumes.
A série já tem 41 álbuns, que venderam 15 milhões de exemplares em 15
idiomas. Os brasileiros tiveram alguma chance de conhecer Dan Cooper em
álbuns da portuguesa Distri Cultural, nos anos 80, além de outras
edições portuguesas e, especialmente, por suas histórias publicadas no
Tintim português semanal.
Entre os álbuns em português de Dan Cooper, destacamos: O Triângulo
Azul , Os Páraquedistas, Drama em Fort Churchill, O
Barão Vermelho, Pânico em Cabo Kennedy e Céu da Noruega.
Um dos motivos do sucesso da série é o rigor no traço, que se reflete
num uso muito particular da cor branca, que acompanha Dan Cooper nas mais
diversas situações, inclusive em aventuras em que ele se envolve na corrida
espacial. Até porque há pouco humor na série, e o ritmo não é vertiginoso,
muito pelo contrário: Dan Cooper atrai leitores que gostam de aventuras
em que o cérebro rege os destinos.
É bom assinalar que Weinberg teve um excelente mestre: Hergé, com o qual
trabalhou na preparação do mais que antológico Tintim na Lua (dois
volumes).
Originariamente, Dan Cooper era piloto da Força Aérea Canadense, mas,
assim como os pilotos Tanguy e Laverdure, outro clássico da BD em termos
de histórias de aviação, suas aventuras acontecem em todo o mundo. A seriedade
do trabalho de Weinberg foi reconhecida este ano, pela própria Royal
Canadian Air Force, que lhe concedeu um diploma de honra.
Se você se lembra de um personagem-piloto chamado Aquila, publicado no
Brasil nos anos 70 em coletâneas de pequeno formato, vai achar os dois
personagens muito parecidos. Com toda a razão: Aquila foi criado por Weinberg
especificamente para a revista italiana Il Corriere dei Ragazzi.
Uma outra colaboração especial de nosso autor foi para a primorosa coleção
alemã de quadrinhos em pequeno formato, Zack Parade, para a qual
criou Barracuda, um personagem que vive metido em confusões no mar.
Albert Wenberg, em meio às comemorações, encontrou tempo para prestigiar
o 7º
Festival bédéMANIA, em Friburgo, na Suíça, no final de semana
que passou, e estará no Festival Bédéciné de Illzach, nos dias
13 e 14, que acontece na cidade alsaciana de Illzach,
vizinha a Mulhouse.