DC Comics divulga resultado de pesquisa de mercado
No final da semana passada, a DC Comics revelou os resultados de uma pesquisa de mercado realizada nos Estados Unidos, entre 26 de setembro e 7 de outubro de 2011, em parceria com a empresa de consultoria AC Nielsen.
Apesar de que as informações se referem apenas ao público dos 52 títulos regulares do reboot da DC - não incluindo encadernados, graphic novels e publicações da linha Vertigo -, o vice-presidente executivo de vendas, marketing e desenvolvimento de negócios da editora, John Rood, afirmou ao site ICv2 que elas servirão de base para outras pesquisas mais amplas.
A pesquisa sobre o reboot foi realizada com os leitores em três frentes: uma nas comic shops, outra via formulário na internet e a terceira dentre os que haviam comprado as versões digitais dos 52 títulos da reformulação.
O primeiro resultado é espantoso, embora não seja uma surpresa: 93% dos leitores - de um total de mais de seis mil entrevistados - são do sexo masculino e apenas 2% têm menos de 18 anos, o que seria de se esperar, já que muitas das novas HQs têm doses generosas de sexo e violência. Isso também vai ao encontro do que diz o artigo Quadrinhos não são feitos para crianças, publicado em 2007, no Universo HQ, que se baseou em uma pesquisa feita pelo jornal The Detroit News, dos Estados Unidos.
De todos os entrevistados, 70% são leitores assíduos dos quadrinhos da DC e 25% estavam longe dos super-heróis da editora, mas voltaram para conferir a reformulação. Apenas 5% são de novos leitores de gibis que foram despertados pelo reboot e toda a sua divulgação - embora isso não signifique dizer que eles vão continuar acompanhando uma ou mais revistas.
E nada menos que metade dos pesquisados tem renda anual menor que 60 mil dólares. Para a DC, essa informação valida a aposta em fixar o preço das revistas em US$ 2.99.
Outro dado curioso diz respeito aos que compraram os quadrinhos digitais. De acordo com a pesquisa, 57% desses leitores também leram a versão impressa, ao mesmo tempo em que 16% dos que tinham os gibis impressos chegaram a ler os digitais.
Leitores das HQs digitais, principalmente os que moram distante de uma comic shop, alegaram a facilidade do acesso imediato, do armazenamento e da portabilidade como principais razões para adquirir a edição virtual. E os que compram as versões impressas disseram que não gostam de ler quadrinhos no computador e, além de tudo, são colecionadores e por isso preferem os exemplares físicos.
John Rood afirmou que a porcentagem das vendas dos quadrinhos digitais permanece a mesma, desde o primeiro mês de lançamento dos novos 52 títulos, não tirando nenhuma fatia do faturamento das versões de papel. Como ele mesmo diz, essas HQs virtuais são apenas "aditivos".
Ainda assim, estima-se que, em 2012, as vendas de quadrinhos digitais abocanhem 10% do mercado de HQs em língua inglesa.