DC Comics muda o uniforme e a história da Mulher-Maravilha
Aviso aos leitores: este texto lida com fatos do Universo DC que por enquanto são inéditos no Brasil e aborda acontecimentos que realmente podem prejudicar o prazer de sua leitura no futuro.
A revista Wonder Woman #600 será distribuída nos Estados
Unidos hoje, 30 de junho e apresentará duas grandes mudanças
para os leitores.
Diana Prince ganhou um novo visual, com design de Jim Lee, que atualmente
divide o cargo de publisher da DC
Comics com Dan DiDio. O visual biquíni, politicamente incorreto,
foi abandonado e a personagem adotou um uniforme mais casto, que cobre todo
o corpo.
Mas a mudança cosmética não é a mais importante. J. Michael Straczynski assumiu
o enredo da revista e vai mudar a história da Mulher-Maravilha.
Segundo Straczynski, o passado da Mulher-Maravilha foi mudado pelos Deuses,
por razões ainda não reveladas. Os Deuses alteraram a linha
do tempo e removeram a proteção divina que existia sobre a Ilha
Paraíso (Themyscira).
Como resultado, a Ilha Paraíso foi atacada por um exército liderado por uma
figura sombria e a maioria das Amazonas foi massacrada. A rainha Hipólita
entrega sua filha de três anos (Diana) para algumas guardiãs que fogem com
a criança e, em seguida, morre liderando sua última batalha.
Se o Super-Homem é o último filho de Krypton (apesar dos outros kryptonianos que estão vivos), com esta mudança a Mulher-Maravilha já pode ser chamada de "A última filha da Ilha Paraíso", independente de outras Amazonas que por ventura tenham sobrevivido.
Vinte anos depois, a jovem Diana foi criada num mundo urbano, com poucas lembranças
da sua linha do tempo original (aquela que os leitores acompanharam até o
mês de maio). Ela sabe apenas aquilo que lhe foi dita por suas guardiãs. Nessa
nova origem, a personagem cresceu fugindo de um exército que continua caçando
as Amazonas sobreviventes, tentando resgatar outras Amazonas e em busca da
identidade do responsável pelo massacre.
Além disso, Diana ainda não é capaz de acessar a totalidade de seu poder, mas isso acabará acontecendo ao longo desta aventura, que segundo Straczynski terá duração de um ano.
As novas aventuras se passarão no mundo urbano moderno. A história mitológica
da Mulher-Maravilha continuará a existir, mas nas sombras de sua nova realidade,
envolvida em mistério.
Mas não está claro se após um ano, a DC Comics irá restaurar a linha do tempo original, ou se esse é o tempo que a personagem levará para descobrir quem matou sua mãe e suas compatriotas. É até possível que a restauração da linha do tempo seja condicional ao sucesso financeiro e crítico da história.
A DC Comics não explicou se essa mudança no passado da Mulher-Maravilha
afetará personagens como Donna Troy.
Straczynski explicou que a resposta para algumas das perguntas (por exemplo,
"Por que os Deuses abandonaram a Ilha Paraíso?") estará ligada
à sobrevivência de toda a raça humana.
Sobre a mudança visual, Straczynski disse que a nova imagem é mais prática
para a personagem e reflete as críticas das leitoras em relação aos trajes
da heroína. Os novos braceletes têm um W gravado (formando WW quando colocados
lado a lado) e marcará os oponentes da heroína, da mesma forma que o anel
de caveira do Fantasma.
A Mulher-Maravilha foi criada em 1941, por William Moulton Marston e Harry
G. Peter, com um visual um pouco diferente do uniforme que ficou conhecido
como o mais tradicional. A única grande mudança visual anterior da heroína
ocorreu na década de 1960.
Straczynski também está alterando
os rumos do Super-Homem, mas de maneira bem menos radical. Na Marvel comics,
o escritor mudou a vida de Thor e mexeu nos poderes do Homem-Aranha. Straczynski
também foi o autor da grande
mudança feita na revista do Homem-Aranha (One
More Day), que apagou o casamento de Peter Parker com Mary Jane Watson.
Sobre essa modificação, Straczynski reclamou
bastante do editor-chefe da Marvel, Joe Quesada, que forçou
essa linha editorial.
Numa entrevista ao site Newsarama,
Straczynski explicou que uma das razões para a mudança radical é o fato de
que a revista Wonder Woman estava perdendo de 500 a 1000 leitores
por mês.
Nos últimos cinco anos quase um terço dos leitores abandonaram a revista, o que reduziu a venda para a casa dos 70 mil exemplares, um número considerado baixo para um personagem do porte da Mulher-Maravilha.
Assim como Superman #700, Wonder Woman #600 é uma revista cuja numeração soma todas as edições publicadas anteriormente.
Wonder Woman #600 tem roteiros de J. Michael Straczynski, Geoff Johns e Gail Simone, e arte de Géorge Pérez, Phil Jimenez, Joe Madureira, Don Kramer e Michael Babinski. As capas serão de Pérez e Adam Hughes.