É
tudo mais ou menos verdade - Jornalismo investigativo, tendencioso e ficcional
de Allan Sieber (128 páginas, R$ 49,90), de Allan Sieber, é o novo
álbum da Editora
Desiderata.

Em seu terceiro lançamento pela editora, É tudo mais ou menos verdade
- ênfase no "mais ou menos", como ressalta a orelha do livro assinada
pelo jornalista Eduardo Nasi (Universo HQ), Sieber emprega
seu toque pessoal para fazer jornalismo de humor em quadrinhos.

O livro reúne, além de tiras inéditas, uma espécie de antologia do autor
na mídia, com vasto material publicado nos principais veículos da imprensa
nacional, em publicações alternativas e também em estrangeiras.

São séries estampadas em revistas e jornais como: Piauí, Trip, Sexy,
Playboy, O Globo, Zero Hora
e em títulos segmentados, como as revistas F#, Tarja Preta e Matanza
Comix.

As tirinhas são divididas em dois blocos: um só em preto e branco e o
outro em cores. A todas, aplica-se a máxima já destacada no subtítulo:
"jornalismo investigativo, tendencioso e ficcional de Allan Sieber".

Nos quadrinhos Tudo bem eu confesso! Eu um dia já fui Adventista do
Sétimo Dia, o autor narra sua experiência juvenil de fervor religioso
e faz graça com o fantasma dos pecados mundanos sempre ao redor a lhe
perseguir.

Na série Vivendo com estilo por Afrânio Mendez, o cartunista combate
a assepsia do humor do politicamente correto com um festival de piadas
que demonstram ao leitor como impressionar uma garota no primeiro encontro,
levando-a para jantar num restaurante bacana sem pagar a conta, ou ainda,
como conviver com o melhor amigo gay de sua namorada.

O cigarro, atual inimigo público número um da vida social, é tema da sequência
Hoje: mais um combate sangrento - eu x cigarro. Publicadas originalmente
na revista Tarja Preta em 2004, o protagonista das tiras vive o
dilema de livrar-se do vício diante do assédio das propagandas antitabagistas.

Outsider do mundo da moda, o cartunista-repórter assume a tarefa
de cobrir o Fashion Rio para uma revista masculina. Sieber é
testemunha do frisson dos desfiles que duram 15 minutos (com
atrasos de quase uma hora), da disputa pelos holofotes dos espaços vip
- sempre estampados com a marca do patrocinador - para reunir celebridades
e disputar uma foto no jornal e, claro, do look das modelos.
Nas tirinhas dedicadas ao tema, o autor desvenda o código de conduta do
mundinho fashion.

E ainda há a sátira à juventude bronzeada da zona sul carioca
dos quadrinhos Hitler no Leblon e piadas com os costumes locais
do bairrismo gaúcho.