Devir lança quarto e último volume de Supremo
Com
roteiro do inglês Alan Moore, a Devir
lança este mês o quarto e último volume de Supremo: A Era Moderna
(formato 16,5 cm X 24,0 cm, 144 páginas).
A trama é uma homenagem ao mito do Superman, desde sua criação até os
dias de hoje, numa viagem no tempo pelos grandes eventos que marcaram
a história dos quadrinhos.
Mesclando momentos atuais do personagem com flashbacks que retratam
o visual das antigas HQs dos anos 70 até parte da década de 1990, este
quarto livro apresenta histórias que são uma homenagem ao personagem Superman,
que comemora 70 anos de criação em 2008.
O último volume da coleção apresenta histórias inéditas do super-herói
e uma matéria especial sobre a vida e a carreira de Jack Kirby, um dos
artistas mais importantes dos quadrinhos, que também é homenageado na
última história do Supremo.
A
capa da edição foi produzida pelo brasileiro Renato Arlem.
Confira abaixo o prefácio da edição, assinado pelo editor Leandro Luigi
Del Manto.
A ERA MODERNA
O período de tempo ao qual pertence a chamada Era Moderna dos Quadrinhos
é difícil de ser definido, uma vez que ainda estamos passando por ele.
Também chamado de Era de Ferro ou Era Sombria (ou Era Negra), podemos
dizer que esse "movimento" teve início no final dos anos 80, com o encerramento
da maxissérie Crise nas Infinitas Terras em 1986, que fechou o capítulo
da Era de Bronze, e a publicação de duas obras emblemáticas dos quadrinhos
atuais: Watchmen, de Alan Moore e Dave Gibbons, e Batman: O Cavaleiro
das Trevas, de Frank Miller.
Alguns eventos durante a Era de Bronze também foram definitivos para
o "amadurecimento" dos quadrinhos de super-heróis, como, por exemplo,
alguns trabalhos de John Byrne nas séries da Tropa Alfa e do Quarteto
Fantástico; a seqüência genial do Demolidor produzida por Frank Miller;
e algumas histórias dos X-Men escritas por Chris Claremont, que popularizaram
definitivamente o Wolverine entre os leitores do mundo todo.
Outro
fator importante para a Era Moderna foi o crescimento das editoras independentes
e sua aceitação pelos leitores. Assim, escritores e desenhistas que haviam
conquistado fama e respeito nas poderosas Marvel e DC, buscaram seu espaço
em editoras menores que, além da liberdade criativa, ofereciam algo inédito
até então: os direitos autorais das obras pertenceriam aos autores, que
também receberiam uma porcentagem das vendas de cada revista. Essa novidade,
aliada à chance dos quadrinhistas poderem publicar histórias que certamente
seriam censuras e vetadas nas editoras de grande porte, deu um novo impulso
criativo ao meio.
Quem saiu ganhando com isso foram os leitores. Séries incríveis como
Miracleman, de Alan Moore; American Flagg!, de Howard Chaykin; Jon Sable,
de Mike Grell; GrimJack, de John Ostrander e Timothy Truman; e tantas
outras, sacudiram o mercado e forçaram as editoras Marvel e DC a mudarem
sua postura editorial, abrindo espaço para quadrinhos mais adultos e sem
censura. A Marvel já havia dado o primeiro passo com a espetacular revista
de antologia Epic Illustrated (de 1980 a 1986), que, sob a batuta do escritor
e editor Archie Goodwin, rivalizava com a própria Heavy Metal! Em seguida,
Goodwin criou o selo editorial EPIC, que lançou obras fantásticas como
Dreadstar, de Jim Starlin; Moonshadow, de J. M. DeMatteis, Jon J. Muth
e Kent Williams; Groo, de Sergio Aragonés; etc.
A
DC respondeu algum tempo depois com o selo Vertigo, que, embora tenha
surgido oficialmente em 1993, teve seu conceito semeado anteriormente
por outras séries: Swamp Thing (1984), de Alan Moore; HellBlazer (1988),
de Jamie Delano; Animal Man (1988) e Doom Patrol (1989), de Grant Morrison;
e The Sandman (1989), de Neil Gaiman; e Shade, The Changing Man (1990),
de Peter Milligan e Chris Bachalo. Exemplos da chamada "invasão britânica"
dos quadrinhos americanos, esses títulos prepararam o terreno para a Vertigo,
que, durante muito tempo, foi sinônimo de quadrinhos adultos.
Voltando ao terreno dos super-heróis, outro marco na Era Moderna foi
a criação da Image em 1992, uma editora independente criada pelos expoentes
artísticos da Marvel:Todd McFarlane, Jim Lee, Rob Liefeld, Marc Silvestri,
Erik Larsen, Whilce Portacio e Jim Valentino. Durante bastante tempo,
os títulos da Image foram rotulados como medíocres, pois ofereciam apenas
visuais fantásticos, mas não tinham conteúdo algum. É meio difícil negar
isso, pois a primeira onda da Image não tinha realmente muito a oferecer
além de desenhos bonitos. Felizmente, hoje isso mudou!
Bom, a Era Moderna ainda não terminou. Neste exato momento, algum roteirista
doido pode estar criando alguma obra que irá revolucionar totalmente as
HQs e dar início a uma nova Era. Até lá, divirta-se com as últimas histórias
do Supremo escritas por Alan Moore. Boa leitura!