A
pirataria sempre foi um dos principais problemas enfrentados pelos Estados
Unidos em suas negociações comerciais com a China. Cópias piratas de propriedades
intelectual e industrial são comuns no comércio daquele país asiático,
mas agora o assunto ganhou proporções ainda maiores.

Isso porque foi inaugurada na capital chinesa, sem autorização da Walt Disney Co., uma imitação barata (em todos os sentidos) da Disneylândia, onde personagens como Mickey, Pato Donald, Sete Anões e muitos outros aparecem em painéis ilustrados ou na forma de atores fantasiados.

Edificações inteiras da Disney World, como o castelo da Cinderela,
também ganharam réplicas no parque estatal chinês. Para não restar dúvidas
de que tudo foi feito sem o menor receio de alardear a violação de direitos
autorais, o slogan do parque é enfático ao dizer "A Disneylândia
bem perto de você".

Um artigo do jornal The Standard, de Hong Kong, descreve
um pouco do sentimento geral dos chineses quanto ao assunto. "Não entendo
a razão de isso ser um grande problema. Ninguém mais deveria usar esses
personagens da Disney?", questionou uma das pessoas entrevistadas
na matéria.

O
texto ainda lista algumas das atrações do parque, como a exibição de DVDs
de filmes que ainda estão em cartaz nos cinemas dos Estados Unidos, reforçando
o fato de que a pirataria é institucionalizada na China.

Companhias dos EUA estimam a perda de bilhões de dólares por ano com a pirataria chinesa, e o caso da Disneylândia parece ter sido a gota que transbordou o que lhes restava de paciência quanto ao fato.

De acordo com a agência de notícias France-Presse, o
governo norte-americano anunciou nesta semana que recorrerá a tribunais
internacionais contra a China.

Não se sabe no que resultará a briga, mas, por enquanto, a Disneylândia pirata está fazendo bastante sucesso entre os chineses, com direito a divulgação na TV e em outras mídias.