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Dos quadrinhos para a realidade: robôs sexuais

18 dezembro 2007

Love and Sex with Robots: The Evolution of Human-Robot RelationshipsO
escocês David Levy, 62 anos, é considerado um dos maiores especialistas
em inteligência artificial no planeta. Presidente das empresas International
Computer Games Association
e Intelligent Toys (no momento desenvolvendo
um brinquedo dotado de I.A.), é também autor de obras teóricas sobre o
tema e tem seu nome relacionado entre os mais respeitados quando o assunto
é robótica.

No mês passado, seu novo livro abordou novamente o tema. A repercussão
dessa obra, entretanto, ultrapassou a fronteira dos círculos acadêmicos
e científicos e invadiu o mundo das conversas informais sobre sexo, bizarrices
e até quadrinhos.

Em Love and Sex with Robots: The Evolution of Human-Robot Relationships
(Amor e Sexo com Robôs: A Evolução dos Relacionamentos Humanos-Robôs),
lançado pela Harper Collins nos Estados Unidos, Levy não só defende
a crença de que, um dia, humanos se relacionarão sexualmente com robôs.

Para ele, isso será possível, mais precisamente, até 2047. Além de sua
agora escancarada fascinação pela idéia, o que leva o autor a pensar dessa
forma são o que ele aponta como o desenvolvimento acelerado da tecnologia
(que poderá chegar à criação de robôs não apenas com traços humanóides,
mas capazes de simular - ou mesmo sentir - emoções) e as dificuldades
e insatisfações comuns nos relacionamentos amorosos entre humanos.

Levy vai fundo na questão e diz que as mulheres apreciarão os robôs como
alternativa a seus maridos malcheirosos e suados, cujos apetites sexuais
medíocres são determinantes para o aumento nas vendas de vibradores.

"Amor e sexo com robôs em grande escala são inevitáveis. (...) Pode-se
programar um robô para praticar posições e técnicas sexuais de todo o
mundo ou colocá-lo em modo de ensino para 'aprendiz sexual'", disse
Levy à revista alemã Der Spiegel.

O pesquisador ainda prevê ganhos sociais decorrentes dessa prática. "A
contaminação por doenças sexuais transmissíveis pode ser reduzida porque
é possível desinfetar o robô. Se as pessoas fizerem sexo com robôs, evitarão
filhos não desejados e não haverá a necessidade de fazer abortos (...)",
afirmou ele em entrevista à jornalista Marcela Buscato, na revista Época
desta semana.

Para muitos, toda essa discussão pode parecer mais uma das esquisitices
típicas deste século que ainda se descortina, mas os leitores de quadrinhos
viram uma história parecida há mais de 20 anos.

Em 1985, o já veterano quadrinhista francês Paul Gillon escreveu e desenhou
A Sobrevivente, sua primeira HQ erótica, cuja qualidade impecável
no roteiro e na arte resultou em diversos prêmios e versões em muitos
idiomas, incluindo o português.

A Sobrevivente
A graphic novel narra a história da estonteante Aude Albrespy,
única sobrevivente de um holocausto nuclear na Terra. Ela passa a viver
solitária numa França futurista povoada apenas por robôs inteligentes
que continuam exercendo a atividades para as quais foram construídos.

Sozinha e necessitada dos prazeres de uma companhia masculina, ela se
rende a um romance com o robô Ulisses, empregado da mansão que Aude toma
como sua morada.

A realização sexual da mulher, embora pareça plena, só acontece de fato
quando ela encontra Stanny, um astronauta humano que estava em missão
no planeta Plutão enquanto a hecatombe atômica acontecia.

Os dois tornam-se amantes e, como seria de se esperar, o robô Ulisses
é descartado dos afazeres sexuais. Isso é o bastante para despertar um
ciúme doentio e perigoso na criatura mecânica.

O final da história, porém, não será revelado aqui para não estragar a
surpresa. Registre-se apenas que o relacionamento de amor e sexo entre
robôs e humanos idealizado por Paul Gillon é tão sombrio quanto é romântico
o que David Levy imagina a respeito disso.

A Sobrevivente é uma excelente sugestão de leitura não apenas para
os fãs de quadrinhos eróticos, mas, principalmente, de ficção científica.
A dosagem de cada um desses elementos é tão bem distribuída que fica quase
impossível determinar qual dos dois é pano de fundo para o outro.

No Brasil, a obra foi lançada em 1988 pela editora Martins Fontes,
em edição de luxo gigante da coleção Opera Erotica, e pode ser
facilmente encontrada em sites de leilão e e-shops do País.

A SobreviventeA Sobrevivente

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