Há
exatos 20 anos, foi exibido nos Estados Unidos o episódio piloto que deu
início à série em desenho animado de maior sucesso na história dos Estúdios
Disney.

Era o dia 11 de setembro de 1987, e DuckTales ousou na aposta em
uma galeria de personagens pouco tradicionais ou nunca antes mostrados
nas animações da Disney, ignorando nomes de maior apelo como Pato
Donald e Margarida, para produzir um seriado baseado no universo da Família
Pato.

Inspirado
nas histórias em quadrinhos clássicas do Tio Patinhas criadas por Carl
Barks, DuckTales: Os Caçadores de Aventuras (como foi batizado
no Brasil) era protagonizado pelo velho pato muquirana, os sobrinhos Huguinho,
Zezinho e Luisinho, o Professor Pardal, a patinha Patrícia (versão em
dose única das trigêmeas Lalá, Lelé e Lili, as sobrinhas da Margarida
nos gibis) e dois personagens concebidos com exclusividade para a série:
o piloto Capitão Bóing e a governanta Madame Patilda.

Eventualmente, figuras conhecidas dos leitores dos quadrinhos Disney
faziam participações especiais na série. Gastão, Gansolino, Vovó Donalda
e outros também tiveram seus momentos de fama.

Vilões como Maga Patalójika, Irmãos Metralha e Pão-Duro Mac Mônei foram
presenças marcantes nessas histórias repletas de caçadas a tesouros, lugares
exóticos e perigos constantes. Mas, apesar de muita ação e situações tensas,
o que não faltava no desenho animado era comicidade, garantida na maior
parte pelo estabanado Capitão Bóing.

O sucesso na TV garantiu a incursão da série em outras mídias (como revistas
em quadrinhos, videogames e cinema), nas quais também logrou êxito, além
do licenciamento da marca e dos personagens para os mais diversos produtos
em vários países.

Não
poderia ser diferente no Brasil. Após a estréia em 1988, no programa infantil
Show Maravilha, do SBT, DuckTales: Os Caçadores de Aventuras
angariou um grande número de fãs e virou uma "coqueluche" tamanha que
os excelentes índices de audiência fizeram com que mudasse de horário
e virasse uma atração à parte na programação daquela emissora de TV.

Sem contar a exposição de seus personagens em artigos de vestuário, eletrônicos,
alimentícios e, claro, no setor de brinquedos, por aqui a série também
fez sucesso nos gibis, graças à Editora
Abril, que publicou DuckTales, os caçadores de aventuras
entre os anos 1988 e 1991 (foram 26 edições, incluindo uma HQ especial
que seguia de brinde nas embalagens pack do iogurte Chambinho).

Ainda pela Abril, em 1991 foi lançada a minissérie em quatro edições
DuckTales no Brasil - O segredo do Tio Patinhas, totalmente escrita
e desenhada por quadrinhistas brasileiros.

Nos
anos seguintes, inclusive na década atual, aventuras inéditas da série
continuaram a ser publicadas, esporadicamente, nos gibis Tio Patinhas
e Almanaque Disney.

Desconhecidos das novas gerações, os caçadores de aventuras deixaram saudades
em fãs veteranos que não deixam DuckTales cair no esquecimento,
há muito tempo prestigiando os lançamentos de episódios em VHS e DVD ou
criando sites, listas de discussão online e comunidades no Orkut
sobre a série.

O YouTube, é claro, com seus milhares de vídeos armazenados, não
ficaria à margem disso e também vem ajudando a manter viva essa lembrança.
Para comprovar, clique aqui
e assista à versão brasileira da abertura do desenho animado.

Os 100 episódios de DuckTales (um dos quais produzidos pelo quadrinhista
italiano Romano
Scarpa) representaram uma renovação da "febre" em torno de personagens
tradicionais da Disney, algo que, antes, havia bastante tempo que
não acontecia e, depois, nunca mais veio a acontecer.

Mas valeu a pena ter acontecido, garantem os fãs saudosistas.