Edições digitais para celular incrementam o mercado japonês
Enquanto
a venda
de edições impressas passa por uma crise, a de mangás digitalizados
vai muito bem, obrigado. É o que garantem os números divulgados recentemente,
mostrando que, em 2006, o mercado de quadrinhos digitais para telefones
celulares, no Japão, movimentou cerca de 2,3 bilhões de ienes.
A mudança no modo de leitura dos japoneses só é possível graças a um fator determinante no mundo de hoje: tecnologia. Por meio de um sistema fixo de alimentação implantado nos telefones móveis - e de uma assinatura mensal em torno de 300 ienes, o usuário pode baixar os mangás digitalizados e disponibilizados por algumas das grandes editoras do meio, como a Kodansha.
A Shueisha, uma das gigantes que têm investido nesse novo segmento de mercado, colocou dezessete títulos publicados em sua revista de maior sucesso, a Shonen Jump - incluindo o mundialmente conhecido Dragon Ball. Com um belíssimo adendo: essas obras digitalizadas se encontram totalmente coloridas, diferentemente de suas versões impressas com seus excepcionais tons de cinza e retículas.
Outra
surpresa foi relatada por Kobayashi Katsunori, integrante da equipe da
Mobile Business Group of NTT Solmare, empresa responsável pelo
site Comic i (o maior vendedor de mangás para celular do Japão):
"... 60% dos consumidores são mulheres. Provavelmente porque a maioria
delas lê mangá enquanto mandam e-mails para suas amigas antes de irem
para a cama".
Essa nova tendência pode se espalhar pelo mundo: a empresa nipônica Celsys anunciou o Comic Surfing Global Partners Program (Programa de Parceria Global de Navegação para Quadrinhos, numa tradução livre), software que possibilita a leitura de HQs nas telas dos celulares. A iniciativa busca parcerias na Ásia, Europa e América do Norte - áreas que receberão o programa adaptado para seus consumidores.
É a história da Nona Arte reescrevendo-se.